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Saúde
Segunda - 24 de Março de 2008 às 01:44

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Cientistas americanos conseguiram usar células clonadas para tratar Mal de Parkinson em camundongos, segundo uma pesquisa do Memorial Sloan-Kettering Cancer Centre publicada na revista Nature Medicine.

O estudo apresentou as melhores evidências até agora de que a controversa técnica pode, um dia, vir a ajudar pacientes de Mal de Parkinson.

A equipe do Memorial Sloan-Kettering Cancer Centre afirma que esta é a primeira vez que o tratamento de animais com suas próprias células clonadas é bem sucedido.

Especialistas britânicos afirmam que a pesquisa é promissora e animadora.

Sem rejeição

No Mal de Parkinson, células nervosas da parte do cérebro que controla o movimento de músculos morrem ou ficam debilitadas.

Normalmente essas células produzem uma substância química vital conhecida como dopamina, que permite a função coordenada dos músculos e movimentos do corpo.

Na clonagem terapêutica, o núcleo de uma célula é inserida dentro de um óvulo que teve seu núcleo removido.

Esta célula então se desenvolve em um embrião, do qual podem ser colhidas células-tronco para serem usadas em tratamentos.

Neste estudo, as células-tronco se desenvolveram em neurônios produtores de dopamina para substituir as células perdidas com a doença.

Os camundongos que receberam os neurônios colhidos de seus clones apresentaram significativos sinais de melhoras, mas quando as células foram transplantadas em camundongos que não eram geneticamente compatíveis, elas não sobreviveram e os cobaias não se recuperaram.

Segundos pesquisadores, a terapia é promissora porque, como as células originalmente vieram dos próprios animais doentes, elas não foram rejeitadas pelo seu sistema imunológico.

Esperança

Os cientistas buscam uma terapia com células-tronco para o Mal de Parkinson porque ela permitiria a substituição das células nervosas produtoras de dopamina, mortas pela doença, por células novas e saudáveis.

Isso poderia restabelecer o suprimento de dopamina no cérebro, permitindo que ele voltasse a funcionar normalmente.

Mas até agora o desafio tem sido produzir células nervosas que sobrevivam depois do transplante.

Para o diretor de pesquisa e desenvolvimento da Parkinson's Disease Society, na Grã-Bretanha, Kieran Breen, "este é um desenvolvimento animador já que, pela primeira vez, nós podemos ver que pode ser possível criar células-tronco embriônicas do próprio paciente para tratar sua doença".

"Os pesquisadores nesta área agora precisam realizar mais estudos para satisfazer as preocupações com segurança e tornar o processo mais eficiente, antes que esses estudos sejam aplicados nos pacientes com Mal de Parkinson."

O especialista em pesquisas com células-tronco no National Institute of Medical Research de Londres Robin Lovell-Badge concorda que o estudo é significativo, mas ressalta que os camundongos foram estudados por apenas 11 semanas depois do procedimento, o que não seria tempo suficiente para saber se o tratamento funciona a longo prazo.

Em outro estudo, uma equipe da University College London descobriu mutações em um gene que podem causar o Mal de Parkinson em pessoas com histórico familiar da doença.

A descoberta pode dar aos cientistas uma pista sobre o que causa a doença, e poderia contribuir na busca de novos tratamentos.





Fonte: AP

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