Brasil tem a maior alta nas exportações à UE
O Brasil foi o país com o maior crescimento em exportações para a União Européia em 2007, ficando na frente dos grandes emergentes, como China e Índia. O relatório da balança comercial dos 27 países do bloco divulgado ontem mostra ainda que as exportações européias para os Estados Unidos tiveram no ano passado a primeira queda em quatro anos, reflexo da queda do dólar e da desaceleração americana.
As exportações brasileiras em 2007 cresceram 20% --mais que as da China (19%) e da Índia (16%). De acordo com o relatório da UE, as vendas do Brasil para o bloco europeu no ano passado totalizaram 32,5 bilhões de euros, enquanto o volume em 2006 havia sido de 27,2 bilhões de euros.
Entre os principais parceiros comerciais da UE, o Brasil ocupa a décima posição, atrás dos outros três países do chamado Bric. A China (com vendas de 231 bilhões de euros) está em segundo, e a Rússia (143,4 bilhões de euros) em terceiro. Apesar de ter exportado menos (26,2 bilhões de euros), a Índia está em nono, porque importou mais que o Brasil.
Mas o aquecimento da economia brasileira também colocou o país entre os três mercados que mais compraram da UE. Com alta de 20% em relação a 2006, as importações brasileiras chegaram a 21,3 bilhões de euros. O crescimento do Brasil como mercado para os europeus só perdeu para Rússia, com 23%, e Índia, com 21%.
Euro forte
A queda na competitividade das exportações européias causadas pela valorização do euro em relação ao dólar levou ao aumento do déficit comercial europeu com o resto do mundo, que pulou de 26 bilhões de euros em janeiro do ano passado para 30,7 bilhões de euros no mesmo mês de 2008. As exportações para os EUA recuaram 3%, para 194 bilhões de euros, na primeira queda desde 2003. Em 2006, as vendas européias para o mercado americano haviam crescido 8%.
Nos últimos 12 meses, o valor do euro subiu 18% em relação ao dólar, com a economia americana assombrada pelo risco de recessão durante boa parte do período. A contínua queda do dólar levou o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, a fazer duros alertas sobre o fenômeno. Na última reunião de presidentes de BCs mundiais, há pouco mais de uma semana em Basiléia (Suíça), Trichet voltou a criticar a "excessiva volatilidade" do câmbio.
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