Presidente Bush di que Guerra do Iraque valeu a pena
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, fez nesta quarta-feira (19) um balanço da guerra do Iraque, que amanhã completa cinco anos, e afirmou que o final do regime de Saddam Hussein valeu a pena -apesar do alto custo econômico e de vidas.
"Ninguém pode discutir que esta guerra teve um alto custo em vidas e em dinheiro, mas estes custos eram necessários quando consideramos o custo que teria a vitória de nossos inimigos no Iraque", declarou o presidente americano, em um discurso pronunciado no Pentágono.
Bush afirmou que derrubar "Saddam Hussein do poder foi a decisão correta e que esta é uma guerra que os EUA podem e devem vencer".
Tirano
Em seu discurso, Bush chamou Saddam Hussein de tirano e elogiou os soldados americanos. "Os homens e mulheres que cruzaram para o Iraque há cinco anos afastaram um tirano, libertaram um país e resgataram milhões de horrores impronunciáveis", afirmou o presidente dos EUA.
"Porque nós agimos, Saddam Hussein não mais enterra restos de homens, mulheres e crianças inocentes. Porque nós agimos, as câmaras de tortura e estupro de Saddam e as prisões infantis foram fechadas para sempre. Porque nós agimos, o regime de Saddam não mais invade ou ataca povoados com armas químicas e mísseis balísticos", completou Bush.
O futuro do Iraque
O presidente dos Estados Unidos também falou sobre o futuro do Iraque. E falou em vitória.
"Ainda há um trabalho duro a ser feito no Iraque. Os ganhos que obtivemos são frágeis e irreversíveis, mas, nesse aniversário, o povo americano deve saber que desde que tudo começou, o nível de violência caiu significativamente, as mortes de civis diminuíram, as matanças sectárias também." E acrescentou: "a batalha no Iraque vai terminar em vitória."
Al-Qaeda
Bush sempre ligou o conflito no Iraque à "guerra contra o terrorismo" que se tornou, desde os atentados de 11 de setembro de 2001, a pedra angular de sua estratégia tanto para a política interna como para a externa.
Para ele, a vitória é possível contra aqueles que os estrategistas norte-americanos designam pelo nome genérico de al-Qaeda no Iraque.
"O Iraque era para ser um lugar onde a al-Qaeda incitaria as massas a expulsar os Estados Unidos. Ao invés disso, o Iraque virou o lugar onde os árabes se aliaram aos americanos para expulsar a al-Qaeda", disse.
A invasão
Forças militares norte-americanas e britânicas começaram há cinco anos a invasão do Iraque. A ação começou na madrugada do dia 20 de março [hora de Bagdá] de 2003 e culminou com a derrubada do ditador Saddam Hussein paralela a uma escalada caótica da violência, com ares de guerra sectária entre sunitas e xiitas.
Vários cálculos diferentes dão a dimensão da guerra. Os números de civis iraquianos mortos variam de 90 mil a 1 milhão de pessoas, além de haver cerca de 4 milhões de refugiados. Para os norte-americanos, o custo foi de quase 4.000 soldados.
Os custos da guerra
Quando a Guerra do Iraque teve início, o governo Bush fez uma previsão de que tirar Saddam Hussein do poder, restaurar a ordem e instalar um novo governo custaria de US$ 50 bilhões (R$ 85 bilhões) a US$ 60 bilhões (cerca de R$ 100 bilhões). Cinco anos depois, o Pentágono estima o custo da Guerra do Iraque em cerca de US$ 600 bilhões - e ainda está contando.
Joseph E. Stiglitz, economista ganhador do prêmio Nobel e crítico da guerra, estima o custo do conflito em longo prazo em US$ 4 trilhões (R$ 6,8 trilhões).
O Gabinete de Orçamento do Congresso norte-americano e outros analistas afirmam que US$ 1 trilhão (R$ 1,7 trilhão) a US$ 2 trilhões (R$ 3,4 trilhões) é mais realista, dependendo do nível de tropas e de quanto tempo a ocupação americana continuar.
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