Obras em apartamentos da Câmara dos Deputados custarão R$ 29 milhões

Dos 432 apartamentos funcionais da Câmara dos Deputados, metade está sem moradores. Muitos parlamentares que poderiam morar nos imóveis preferem receber o auxílio-moradia de R$ 3 mil por mês.

Mas há ainda outro fator que ajuda a deixar o índice de ocupação baixo: os imóveis estão mal-conservados. Com isso, a Câmara vai gastar R$ 29 milhões para recuperar os apartamentos, obras que irão incluir artigos de luxo, como banheira com hidromassagem.

“Para quem vive pouco tempo em Brasília, receber a verba de habitação é muito mais simples porque você pode ficar mais protegido, quem sabe num apart-hotel. Termina sendo mais proveitoso”, diz o deputado Silas Câmara (PSC-AM).

Um parlamentar se mudou de um apartamento há quatro meses, por exemplo, por não suportar mais as infiltrações. Mas há outros imóveis em piores condições, que estão vazios há mais de três anos.

A Câmara começou a reforma de 96 apartamentos. As obras vão custar R$ 29 milhões. Cada apartamento de 225 m² custa cerca de R$ 700 mil. Depois da reforma, a Câmara diz que o valor vai praticamente dobrar: passará a custar R$ 1,2 milhão.

Hidromassagem e triturador

A reforma vai incluir a instalação de triturador de alimentos na pia da cozinha e de hidromassagem.

A quarta secretaria da Câmara diz que a reforma é importante porque vai valorizar os imóveis. “Se será melhor vender, não vender; se será melhor ocupar, não ocupar; isso é outra discussão. Nós não podemos é tentar vender ou tentar devolver à União no estado em que eles se encontram, profundamente degradados. É muito difícil, ninguém quer adquirir sucata, não é?”, afirma o secretário da Câmara e deputado José Carlos Machado (Dem-SE).

O deputado Augusto Carvalho (PPS-DF), porém, defende uma solução radical: a venda imediata de todos os apartamentos, no estado em que se encontram. “São reformas que nunca terminam”, diz.