Consumo de álcool deverá superar gasolina até abril
A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) prevê que até abril o consumo de álcool no Brasil como combustível vai superar o consumo de gasolina. A estimativa foi anunciada ontem pelo superintendente da agência reguladora, Edson Silva, e toma por base a evolução no consumo dos dois combustíveis nos últimos 12 meses. Nesse total, Silva somou o consumo de álcool hidratado (vendido diretamente aos consumidores) e o anidro (misturado à gasolina, na proporção de 25%).
Silva lembrou que isso já ocorreu no país no final dos anos 80, no auge do Proálcool, mas ele acha que a marca deve ser comemorada. "É um marco importante para o país", acentuou.
Conforme os dados divulgados por Silva, em janeiro de 2007 o país consumiu 1,520 bilhão de litros de gasolina enquanto o total movimentado com álcool (anidro e hidratado) somou 1,088 bilhão de litros, com uma diferença de 432 milhões de litros. Em dezembro, o consumo de gasolina atingiu 1,703 bilhão e o de álcool alcançou 1,604 bilhão, com a diferença caindo para 99 milhões de litros. Já em janeiro último, as vendas de gasolina totalizaram 1,515 bilhão e as de álcool 1,466 bilhão, com a diferença de apenas 49 milhões de litros.
Silva aproveitou para alertar os produtores quanto à responsabilidade junto ao consumidor. "O produtor de álcool não poderá ficar pensando em preços de matérias-primas no mercado internacional". "Quem se propôs a produzir álcool, deve produzir álcool, independente dos preços do açúcar no mercado internacional", complementou.
De qualquer forma, Silva considera que a situação atual é melhor do que a registrada nos anos 80, quando o consumidor não tinha opção. "Agora, com o carro flex, se o preço do álcool se tornar desvantajoso, o consumidor muda de combustível", lembrou. Além do aumento da frota de carro flex no mercado, Silva observou que outro fator que está ampliando o consumo de álcool é o fato de os preços do combustível terem caído nos últimos meses, enquanto os preços da gasolina se mantiveram estáveis. Em janeiro de 2007, o álcool hidratado era vendido no país, em média, por R$ 1,59 e caiu para R$ 1,47, o que representou queda de 7,5%.
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