Setor algodoeiro de Mato Grosso cobra investimentos
Apesar de liderar a produção de algodão no país e representar mais de 50% do volume exportado desde 2002, Mato Grosso ainda encontra entraves para cultura. Entre os gargalos para o desenvolvimento do setor algodoeiro estão as tradicionais, alta carga tributária, logística deficiente e frete caro, além do que vem assombrando os produtores de outras culturas, a valorização do real frente ao dólar, desfavorecendo as exportações com a variação cambial da safra que teve o produto vendido antecipadamente.
No ano passado, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) o Estado exportou 236,794 mil toneladas de algodão em pluma, representando 56,46% do volume enviado pelo Brasil ao mercado externo, que totalizou 419,392 mil (t). Na comparação com o ano anterior, quando foram exportados 163,419 mil (t) por Mato Grosso, há um incremento de 44,8%. Naquele ano, as vendas nacionais registraram 304,503 mil (t) e a participação estadual foi de 53,67%.
O diretor-executivo da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Décio Tocantins, afirma que a falta de infra-estrutura para escoamento da produção, insegurança contratual de venda do produto, pouco investimento em pesquisa e tecnologia barram o desenvolvimento da cultura algodoeira no Estado. "Além disso verificamos a escassez de produtos financeiros que aumentem as fontes baratas de financiamento da produção".
O diretor completa ainda que Mato Grosso necessita de indústrias de insumos, maquinários e de tecelagem para atender a grande produção assim como está ocorrendo com a indústria alimentícia com a vinda de frigoríficos para agregar valor à produção local.
Apesar das boas perspectivas da cultura no Estado, o economista Alexandre Magno de Melo Faria, afirma que com a alta mecanização desta produção, muitas pessoas ficaram desempregadas nos últimos anos além de ter a maior parte da área concentrada na mão de poucos produtores. "De um total de 177 produtores no Estado, 88% da área está concentrada nas mãos de cerca de 70 famílias, o que resulta na geração de renda para poucos".
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