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Cidades/Geral
Terça - 18 de Março de 2008 às 07:43
Por: Pedro Cardoso da Costa

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Não existe um pai ou mãe normal, para os padrões sociais, que não se preocupe com seus filhos em relação ao uso de droga, especialmente na fase da adolescência. Igualmente não existe pessoa que não se preocupe com a comercialização, com os drogados e as conseqüências gravíssimas.

Quando chega na fase da adolescência, a preocupação ganha contorno de desespero porque a maioria dos pais já está sem controle algum sobre os filhos. Esse descontrole começa logo na tenra infância quando as criancinhas fazem birra à medida que seus pais fazem concessões. Quando o bebê joga a chupeta fora, além da gracinha que acham, logo lhe é devolvida para agradar, sem questionamento de que a criança pode mesmo nem estar querendo; deveriam devolver a chupeta somente após a criança demonstrar desejo e ainda só algum tempo depois. Quando maiores, as crianças aprendem que os pais lhes dão objetos à medida dos seus desejos e não da condição real deles.

Quando manifesta o domínio material sobre seus responsáveis, a dominação psicológica sobre eles já existe há muito mais tempo. Às vezes, as concessões surgem até da disputas entre os pais. Um cede mais que o outro numa disputa de quem seria mais simpático e aceito pelos filhos.

Ninguém tem a receita pronta para formar um cidadão de bem, mas existem algumas atitudes e comportamentos que apontam para uma formação incorreta. Deixar os filhos saírem sem dizerem para onde, e com quem estão acompanhados. Não estabelecer horário para voltar, não exigir cumprimento estrito do horário estabelecido, achar graça sobre atitudes deselegantes ou desrespeitosas nas relações interpessoais, seja com mais jovens ou com idosos.

Deixar muito claro o quê é negociável, o quê se pode ser aceitável, e do quê não tem hipótese de negociação. Estudar, ir às aulas regularmente e fazer os exercícios todos os dias só devem ser dispensados por orientação médica ou por motivos extremamente relevantes. Jamais brincar antes de fazer os deveres escolares! Criar filhos sem essas regras pode até não torná-lo um homem sem caráter, mas vai depender exclusivamente da sorte. O exemplo que se dá seria deixar cair um copo de cristal no chão. Pode até não se quebrar, mas é pura sorte e muito raramente ocorre. Os pais não estão repassando valores que dêem sentido de vida aos jovens e estes estão sem nenhuma perspectiva de futuro. Para a sociedade, esse vácuo torna-se mais grave do que eventuais desvios individuais. Os pais deveriam auxiliar os filhos a terem projeto de vida. Estimular aos filhos desejarem apenas bens materiais somente ensina tática, não valores.

Pedro Cardoso da Costa – Interlagos/SP

Bel. Direito





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