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Sábado - 15 de Março de 2008 às 19:34

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O frete está mais caro nesta safra. Os agricultores do norte de Mato Grosso fizeram as contas e sabem que o aumento está relacionado, principalmente, à falta de conservação da BR-163. Buracos, falta de acostamento e sinalização fazem os caminhoneiros desistirem da jornada. Muitos preferiram trabalhar na região este ano porque não querem mais arriscar a viagem até os portos.

O agricultor Zeferino Longuhi está no final da colheita da safra de soja. Parte da produção dos 2.400 hectares cultivados está nos armazéns da fazenda. Atualmente, a principal dificuldade dele é escoar a produção e um dos motivos é o frete. Com relação à safra passada, o aumento no preço é de 10%. "Até o porto, hoje, se eu quiser contratar um caminhão, por menos de R$ 230 a tonelada não dá nem para pensar", disse Longuhi. "Comparando com seis anos atrás, quando viemos investir na região, o custo seria de R$ 130 a tonelada. A cada ano tem um acréscimo", reclama.

Um dos motivos que influencia na alta do frete é a situação da BR-163 no norte de Mato Grosso. A má conservação da rodovia prejudica o escoamento da produção até os portos. Além do aumento no tempo de rodagem, os prejuízos na estrada são inevitáveis. Um dos trechos mais complicados é entre Sinop e Sorriso. São 80 quilômetros de rodovia sem acostamento, falta de sinalização e muitos buracos. Em alguns pontos nem asfalto existe mais.

"Essa época de safra, tendo o movimento bem redobrado ainda tem a questão da buraqueira que aumenta em 60% o risco de acidente", afirma o caminhoneiro Ademar Tomelin. Jeison Tanchella é dono de uma central de frete e reclamam que faltam caminhões para fazer o transporte até os portos. "Hoje muitso motoristas preferem ficar em torno da cidade, nas estradas de terra, de chão, achando que as condições são melhores que da BR-163".

Nesse impasse, o agricultor diz que alguém tem que arcar com os custos. "Qualquer custo vai sair de quem está produzindo ou de quem está consumindo. O consumidor e o produtor são quem não tem barganha nenhuma para pôr preço tanto naquilo de compra quanto naquilo que vende", concluiu Zeferino Longuhi.





Fonte: Redação TVCA

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