Pelo menos 1.027 brasileiros foram barrados na Espanha em 2008
O aumento do número de brasileiros barrados na Espanha tem preocupado o consulado do país em Madri. De acordo com o cônsul-geral, Gelson Fonseca, de janeiro até a última quinta-feira (13) pelo menos 1.027 brasileiros foram retidos pelas autoridades espanholas. O número é quase um terço do de todo ano de 2007, quando 3.013 pessoas ficaram impedidas de entrar no país.
Os casos freqüentes de pessoas que dizem estar com todos os documentos exigidos pela imigração espanhola e mesmo assim são barradas e maltratadas têm gerado indisposição entre os dois governos e, na última semana, o número de espanhóis barrados no país foi maior do que nos últimos três anos.
Casos como o da secretária Larissa Perdomo, que, mesmo estando com todos os documentos necessários para a entrada no país, ficou três dias detida no aeroporto, estão cada vez mais freqüentes. Em entrevista ao G1 por telefone, ela contou que, em 25 de fevereiro, quando desembarcou no aeroporto, foi levada pelas autoridades para uma sala escura. “Só depois de algumas horas me deixaram em um lugar claro, lotado de gente, com muitos latino-americanos. A comida era fria e nem no banheiro podíamos ir que eles vinham saber o que estávamos fazendo.”
“Fiquei muito horrorizada, o que passei lá em 3 dias não passei nos meus 19 anos”, contou ela. No mesmo dia, a administradora Ilzinéia Rainha também passou pela mesma situação. Em entrevista ao G1 por telefone, ela contou que estava indo passar uma semana na casa de um amigo e disse carregar uma carta informal dele e todos os documentos. “Eu nunca fui tratada com tanto descaso, com tanta falta de respeito”, afirmou.
Reciprocidade
O brasileiro Flávio Carvalho vive na Espanha e é coordenador da Rede de Brasileiros no Exterior. Ele conversou com a reportagem do G1 por telefone e confirmou que o número de brasileiros barrados é muito maior do que os do ano passado. Mas, para ele, a solução não é agir como os espanhóis. “Não acho certo tratar os espanhóis como eles estão nos tratando. Não concordo com o fato de agir assim com estudantes, trabalhadores que não têm nada a ver com essas políticas. Tem muito espanhol que está aqui do nosso lado, brigando e se manifestando contra essa política”, afirma ele.
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