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Economia
Sexta - 14 de Março de 2008 às 18:51
Por: Carlos Martins

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Alto Araguaia, MT – “Mato Grosso está pronto e ambientalmente correto para receber investimentos. O Estado oferece hoje milhares de oportunidades”, disse o governador Blairo Maggi nesta sexta-feira (14.03), durante a inauguração do complexo industrial do Grupo Agrenco, em Alto Araguaia (415 km ao Sul de Cuiabá).

As palavras do governador, ditas especialmente ao embaixador do Japão no Brasil, Ken Shimanouchi, e ao presidente do grupo Marubeni, Mobu Katsumata (sócio japonês da Agrenco BioEnergia), convidando-o a investir em outros empreendimentos, estão de acordo com a filosofia adotada pela empresa do grupo, que é a única no mundo a produzir de forma integrada utilizando o capim brachiaria na produção de energia sem precisar derrubar sequer uma única árvore do cerrado.

O governador Blairo Maggi destacou que o Governo do Estado vem trabalhando para a verticalização da economia, e que Mato Grosso já está numa segunda fase, que é a da agroindustrialização. “São investimentos de mais de R$ 6 bilhões na cadeia produtiva que está industrializando a matéria-prima produzida aqui”, disse Maggi, dando boas vindas ao Grupo Agrenco, uma das grandes empresas que irá ajudar Mato Grosso nesse processo.

Maggi destacou que vários municípios, a exemplo de Alto Araguaia, já passam por uma transformação do perfil econômico. E o único objetivo é melhorar a vida daqueles que pouco possuem. Maggi também ressaltou que a concessão de incentivos fiscais, assunto debatido com as classes políticas, empresariais e a sociedade, são importantes, porque atraem investimentos que vão trazer mudanças na economia do Estado.

A Agrenco BioEnergia é uma das primeiras a se beneficiar da Lei dos Combustíveis que permite o pagamento de uma alíquota de 7% do ICMS no produto final. Para o secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf, que acompanhou a comitiva do governador, a empresa vem trazer ao Estado um novo modelo de energia renovável e limpa. “A cada dia novos investidores são atraídos para Mato Grosso, porque entendem que o Estado demonstra capacidade no agronegócio. Ontem mesmo conversamos com um grande grupo empresarial na área têxtil e hoje pela manhã, antes de embarcarmos tivemos um encontro com um grupo metalúrgico”, revelou.

ESTRUTURA DE PRODUÇÃO - O complexo, dividido em quatro unidades, foi construído numa área de 32 hectares (dos quais 12 hectares estão preservados), além de gerar mais de 400 empregos diretos e cerca de três mil indiretos, vai impulsionar a economia não só da região, mas de todo o Estado. As unidades se dividem em esmagamento de soja; prensagem de caroço de algodão, girassol e cambre; produção de óleo vegetal refinado e/ou biodiesel e; co-geração de energia elétrica, que utilizará como matéria prima o capim brachiaria, plantado em oito mil hectares (mais cinco mil hectares foram arrendados).

De acordo com informações da empresa, a capacidade de produção de energia é de 200 mil MWh (megawatts)/ano. "O que daria para abastecer uma cidade de 600 mil habitantes. A produção de capim, que é a matéria prima utilizada poderia suprir de energia o complexo por quatro meses”, disse o presidente da BioEnergia, Francisco Ramos. A energia gerada serve para aquecer as fornalhas usadas nos secadores de soja. Como o complexo utiliza apenas cinco megawatts para operar, o excedente já está sendo negociado.

A capacidade de produção de biodiesel (utilizando soja, girassol e caroço de algodão) é de 220 mil toneladas. Incluindo a produção nos outros dois complexos que o grupo irá inaugurar, em Caarapó (MS), em 30 dias, e em Marialva (PR), dentro de 45 dias, a produção atingirá 420 mil toneladas/ano. O grupo japonês Marubeni associou-se ao projeto e entrou com 33% do investimento de US$ 190 milhões nos três complexos industriais.

A unidade esmagadora de soja, além do óleo refinado produzirá farelo de soja com alto teor de proteína. “Já firmamos contratos para a venda de farelo de soja para a Europa, Japão, Tailândia e Coréia”, informou o presidente da Agrenco BioEnergia, Francisco Ramos. A unidade de esmagamento de soja, deve já na próxima semana começar o esmagamento cuja capacidade anual inicial é de 900 mil toneladas. Segundo o presidente, dessa produção, 18% destinam-se ao refino de óleo e o restante para a produção de farelo de soja.

O presidente mundial do Grupo Agrenco, Antônio Lafelice, agradeceu a acolhida do Governo do Estado e enalteceu o pioneirismo de agricultores que vieram do Sul do País. Ele lembrou que na década de 70 trabalhava em Mato Grosso comprando soja, ocasião em que conheceu o pai do governador, seo André Maggi. Lafelice explicou, também, que a região de Alto Araguaia é estrategicamente bem localizada, pondo de saída da soja e outras oleoginosas por meio dos trens da Ferronorte. Um ramal ferroviário saindo da Agrenco levará a produção direto ao porto de Santos, onde o grupo também opera. Segundo Lafelice, o modelo implementado na Agrenco BioEnergia permitirá uma redução nos custos na ordem de 50% com a produção de energia obtida do capim brachiaria e assim evitando utilizar lenha.

O prefeito de Alto Araguaia, Jerônimo Maia Neto, destacou também a utilização do capim para produzir energia, já que proporcionará renda para pequenos agricultores e para os moradores dos assentamentos, além de recuperar áreas que se encontravam degradadas. “Foi o maior investimento que nosso município já recebeu. A presença da empresa representa uma virada na economia da região. A arrecadação do ICMS deverá aumentar em 50%”, afirmou.

A Agrenco é uma empresa franco-brasileira, foi fundada em 1992 na França e está no Brasil desde 1997. A maior sede do grupo está instalada em São Paulo. Tem seu capital aberto desde outubro de 2007 e seus principais clientes estão concentradas na Europa, Ásia e América Latina. Sua atuação se estende na Argentina, Brasil, Cingapura, França, Holanda, Itália, Ilha da Madeira, Malta, Noruega, Paraguai, Polônica, Reino Unido e Suíça.

Também estiveram na solenidade de inauguração os deputados federais Homero Pereira e Eliene Lima (Mato Grosso), Décio Lima e Ângelo Vanhoni (Paraná). Também o deputado estadual Otaviano Pivetta, os prefeitos Lairto Sperândio (Alto Taquari), Osmari César (Araguainha) e Júnior Pituchi (Alto Garças).





Fonte: Secom-MT

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