Consumo não pode crescer acima da produção, diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em Araraquara (SP), que é preciso ter cuidado para que o consumo não cresça mais do que a capacidade produtiva do país, para evitar a volta da inflação, o que ele classificou como uma "doença desgraçada".
"Se cresce muito o consumo e a indústria não investe em novas fábricas, nova produção, temos de volta uma doença de que não gostamos, que é a inflação, que muitas vezes favorece o rico, mas quem paga o preço é o pobre, que vive de salário neste país", afirmou Lula voltou a destacar o período de estabilidade econômica do país e criticou economistas de governos passados que, segundo ele, impediram o país de crescer mais rapidamente.
"Durante 26 anos, este país estava preparado para não crescer --havia uma lógica dos economistas do governo de que o Brasil não poderia crescer mais do que 3% ao ano, e nós queremos provar que o Brasil pode crescer 3%, 4%, 5%, 6%, e quanto à economia suportar", disse Lula.
"O Brasil não tinha credibilidade externa, a gente não tinha dinheiro para pagar as nossas importações, o dinheiro que a gente tinha de reserva eram US$ 30 bilhões, emprestados pelo FMI, e a gente estava com os juros na estratosfera. A inflação já tinha ultrapassado os dois dígitos, e a situação era que "o Brasil vai quebrar", disse o presidente, destacando que, agora o crescimento do PIB de 5,4%, anunciado nesta semana, é sustentado.
No discurso, o presidente também comemorou o fato de as pessoas que recebem o Bolsa Família estarem adquirindo bens de consumo, como geladeiras, e destacou que isso foi criticado pela imprensa. "É preciso acabar neste país com a idéia de que os do andar de baixo não podem nada e os do andar de cima podem tudo", afirmou.
Lula esteve em Araraquara para assina ordens de início das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na área de saneamento. Ele também visita o canteiro de obras do contorno ferroviário e do novo pátio ferroviário de Tutóia, que também fazem parte do PAC.
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