Combate à Aids está ficando mais difícil no Brasil
Uma reportagem da revista britânica The Economist afirma que o programa do governo brasileiro de combate à Aids está enfrentando "novos problemas".
No artigo intitulado Um retrato em vermelho, a revista diz que as campanhas do governo sobre o uso de preservativos, a distribuição de medicamentos e a ação de ONGs foram importantes para conter o avanço da doença no passado.
No entanto, a Aids está se espalhando geograficamente e demograficamente pela população, dificultando a ação do governo, afirma a revista.
'Esporte nacional' - A The Economist diz que o programa anti-Aids brasileiro é um dos mais bem-sucedidos do mundo.
"Manter HIV/Aids sob controle em um país em que o sexo rivaliza com o futebol como esporte nacional é uma conquista impressionante, e nos últimos 20 anos o governo fez exatamente isso", afirma o artigo.
Apesar disso, a doença está se espalhando pelo Brasil e "a mudança de perfil dos que sofrem da doença está levando o combate à Aids para lugares onde será muito mais difícil de se ganhar".
A revista afirma que a doença deixou de ser exclusivamente masculina e que ela "não discrimina sexos".
As mulheres já representam 10 de cada 25 novos casos. Entre adolescentes, há mais mulheres do que homens contaminados.
Outro problema, segundo a reportagem, é que os programas de distribuição de medicamentos não conseguem atingir o Nordeste do país com a mesma eficiência de outras regiões.
Consequentemente, a expectativa de vida para pessoas com Aids no Nordeste é menor do que a das pessoas que têm a doença e vivem no Sudeste, afirma o artigo.
A revista afirma que se as pessoas deixarem de tomar os medicamentos necessários, a doença pode se tornar mais resistente, tornando o combate à Aids mais caro e difícil no Brasil.
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