Um fóssil encontrado na África do Sul apresenta um animal que deve servir como um elo para explicar o surgimento do casco de tartaruga. O animal, que recebeu o nome de Eunotosaurus africanus, viveu há cerca de 250 milhões de anos.
O casco de tartaruga mais antigo já encontrado data de 210 milhões de anos atrás e tem todas as características dos cascos modernos. Isso, na verdade, deixava os cientistas um pouco frustrados, porque não revelava os passos evolutivos que levaram à formação desse tipo de estrutura nos animais.
O Eunotosaurus ainda não tinha um casco propriamente dito, mas seu tronco tem muitas características típicas da ordem dos quelônios, à qual pertencem as tartarugas modernas. Essas características dizem respeito principalmente à formação das costelas, que são bem largas e não possuem músculos entre os ossos.
“Há vários traços anatômicos e evolutivos que indicam que o Eunotosaurus é um representante antigo da linhagem da tartaruga. No entanto, sua morfologia é intermediária entre o casco especializado encontrado nas tartarugas modernas e traços primitivos encontrados em outros vertebrados. Assim, o Eunotosaurus ajuda a ligar a lacuna entre as tartarugas e os demais répteis”, afirmou o autor do estudo, Tyler Lyson, em material divulgado pelo Museu Smithsoniano de História Natural, nos EUA, onde ele conduziu a pesquisa, publicada pela revista "Current Biology".
O próximo passo dos cientistas é entender como a respiração das tartarugas se adaptou à estrutura óssea. Em geral, as costelas têm certa mobilidade para ajudar os pulmões no processo, mas isso não acontece nesses animais.
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