Lula anuncia programa de troca de geladeiras
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem (12), que o governo prepara um programa para incentivar a troca de geladeiras pela população. Sem citar detalhes, ele afirmou que a idéia geral é conceder financiamentos pelos quais as pessoas possam comprar um novo aparelho para trocar o velho eletrodoméstico. "Mas só vale para trocar, não pode ficar com as duas porque isso significaria mais gasto", comentou, provocando risos na platéia de empresários brasileiros e estrangeiros durante debates organizados pela revista britânica "The Economist".
Ele negou que haja risco de o País viver atualmente um novo apagão no fornecimento de energia elétrica. Ao responder dúvidas dos empresários, Lula afirmou que o Brasil tem "um potencial enorme de geração de energia elétrica", mas defendeu a realização de campanhas de economia de energia.
"Ainda predomina uma idéia no País de que há energia sobrando e podemos gastar à vontade. É verdade que temos potencial e o País não corre risco de apagão, mas é preciso economizar", disse Lula. Ele lembrou que desde a década de 70, o Brasil não vivia um momento como este de fazer investimentos em construção de usinas hidrelétricas, citando exemplos de projetos que estão incluídos nas ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) como o complexo de usinas do Rio Madeira. "Mas acho que precisamos de uma campanha educacional porque um dia poderemos ser vítimas do abuso momentâneo", insistiu Lula.
O presidente também sugeriu que o comportamento de desperdício também figura entre as classes mais ricas da população. Ele afirmou que se impressiona quando vê grandes prédios recentemente construídos com janelas cerradas e vidros escuros que "precisam de iluminação 24 horas por dia". A rodada de debates promovida pela revista britânica continuará amanhã a portas fechadas entre os empresários participantes do evento e os ministros da Fazenda, Guido Mantega, da Casa Civil, Dilma Rousseff, de Minas e Energia, Edison Lobão, do Desenvolvimento, Miguel Jorge, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
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