Renda bruta agrícola deve crescer
O crescimento é motivado principalmente pela elevação nos preços das commodities, que desde o ano passado vêm registrando incremento nos valores em função da maior demanda no mercado mundial. Apesar da variação positiva de um ano para outro, a maior rentabilidade do setor ocorreu em 2005, quando somou R$ 14,679 bilhões, reflexo do "boom" da soja em 2004. No Brasil a renda deve somar R$ 143,027 bilhões, alta de 14,3% sobre os R$ 125,075 bilhões de 2007.
Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). No estudo estão 20 principais produtos, sendo que os principais em Mato Grosso são soja, algodão, milho, arroz e cana-de-açúcar. Para a oleaginosa a projeção de rentabilidade em 2008 é de R$ 10,585 bilhões, a 76,5% do bolo total. Além de ter maior participação, o grão teve a variação percentual mais elevada se comparada à rentabilidade de 2007, quando somou R$ 7,617 bilhões, expansão de 38,9%.
Apesar do cenário parecer positivo, o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira, afirma que a leitura não é esta. Ele reafirma que são ganhos brutos e que no final das contas sobra pouco para o produtor. "O valor é referente à venda de tudo que é colhido sem descontar os custos de produção, que inclui frete e insumos, que tiveram aumento considerável este ano", diz ao acrescentar que mesmo com os altos preços da soja no mercado, a rentabilidade desta safra deve somar apenas 4% do previsto pelo Mapa, R$ 400 milhões.
Para exemplificar, ele diz que com os preços da oleaginosa em alta, os custos dos insumos, que inclui fertilizantes, adubo e herbicidas, também aumentam, e se no final da safra o valor da saca cair, o prejuízo é certo, pois os investimentos foram feitos com valores elevados.
Cálculo - A renda agrícola é calculada multiplicando o volume da produção pelo preço recebido pelos produtores nas principais praças do país. O valor real da renda (descontada a inflação) é obtido pelo Índice Geral de Preços -Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
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