Criador aposta no bem-estar das aves para melhorar produção
A União Européia, por exemplo, já editou instrução normativa que impede, a partir de 2012, a importação de animais criados em sistemas que não permitam seu total conforto. No Brasil, já há sistemas de criação que levam em conta o bem-estar animal.
As poedeiras da Vila Yamaguishi, em Jaguariúna, região de Campinas (SP), por exemplo, não têm do que reclamar. Ao contrário das galinhas de criações convencionais, ali as aves não ficam presas em gaiolas. Para produzir entre 700 e 800 dúzias de ovos por dia, vivem soltas em aviários espaçosos e com poleiros. As aves ciscam, comem folhas verdes e escolhem onde botar. E desfrutam da companhia do galo, algo impensável em criações industriais. Por causa desse manejo diferenciado, os ovos produzidos ali são disputados, mesmo sendo até 50% mais caros. "Vendemos tudo e às vezes falta ovo", diz o veterinário Romeu Mattos Leite.
A Vila Yamaguishi, um projeto de produção comunitária de alimentos saudáveis iniciado em Jaguariúna, trabalha há 20 anos com produção orgânica e oferece à sua clientela uma lista com mais de 30 produtos.
As galinhas da Yamaguishi ficam em aviários com lotação de 2,5 aves por metro quadrado - no sistema industrial são 10 ou 12 aves no mesmo espaço. Cada viveiro tem de 70 a 80 galinhas de linhagens vermelhas. O ambiente, com piso de cimento e cama de palha de arroz, tem comedouros de madeira e grandes ninhos comunitários. Os bebedouros são postos longe da comida, para as aves caminharem. Um teto solar faz com que o sol realize uma "varredura" no espaço, funcionando como desinfetante natural.
O milho é moído na forma de quirera grossa e as aves têm uma complementação de verduras. À tarde, os aviários são abertos para as aves ciscarem do lado de fora. Entre um aviário e outro, foram plantadas árvores frutíferas e as galinhas aproveitam as frutas que caem. Na Yamaguishi, há 1 galo para 17 galinhas.
Comentários