Diretor da Vale diz que sem-terra do MST são 'bandidos'
O diretor-executivo de Assuntos Corporativos e Energia da Vale, Tito Martins, chamou hoje de "bandidos" os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que nos últimos dias fizeram duas ações contra a empresa. Ele ainda disse que não haverá negociação e que o MST usa a empresa para obter visibilidade política para as reivindicações. "Eles querem atingir a Vale para dar cunho político a um movimento que não reconhecemos como legítimo. Não admitimos (negociar com o MST), porque discordamos desses atos de banditismo e não negociamos com bandidos."
O diretor-executivo afirmou ainda que irá processar as lideranças nacionais e estaduais do movimento. Hoje, cerca de 800 sem-terra bloquearam a estrada de ferro Vitória-Minas, na altura do município mineiro de Resplendor. Cerca de 2.500 pessoas usam a ferrovia diariamente e, com a paralisação, 300 mil toneladas de minério de ferro deixaram de ser transportadas. No final do dia, os manifestantes liberaram os trilhos.
No sábado, cerca de 600 camponeses invadiram uma unidade da Ferro Gusa Carajás, empresa da Vale no Maranhão. Eles exigiam a paralisação de 71 fornos que prejudicaria a saúde de 1.800 assentados nas proximidades. O diretor do Departamento de Tecnologia e Assistência Técnica em Ferrosos, Pedro Gutemberg, admitiu que há fumaça e que a Vale tem dois protótipos em estudo que poderiam reduzi-la em até 90%.
"Tem fumaça, mas se não tivéssemos condições de funcionar, admitiríamos fechar", disse Tito Martins, acrescentando que a empresa "não tem nenhuma operação que não seja licenciada" e tem "dupla atenção" com os aspectos ambientais.
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