Preço da carne e outros alimentos segura índice oficial de inflação

Os gastos com educação foram os principais responsáveis pela inflação de fevereiro medida pelo índice oficial de inflação do governo. O recuo no preço dos alimentos, no entanto, em especial da carne, foi suficiente para garantir a queda da inflação medida pelo IBGE no mês passado.

Segundo dados do IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 0,54% em janeiro para 0,49% em fevereiro.

Nos últimos 12 meses, no entanto, o resultado de 4,61% foi um pouco superior à taxa dos 12 meses imediatamente anteriores (4,56%). Com isso, a inflação acumulada fica acima da meta de 4,5% para este ano, mas dentro do intervalo de tolerância de dois pontos percentuais utilizado pelo Banco Central.

O grupo alimentação e bebidas registrou variação de 0,60%, bem menor que a de janeiro (1,52%). Apesar da menor variação de um mês para o outro (8,21% em fevereiro contra 14,02% em janeiro), os feijões continuaram com seus preços em ascensão.

Por outro lado, as carnes, cuja variação em janeiro havia sido de 0,29%, apresentaram queda de 1% no mês passado. O embargou europeu ao produto provocou queda nas exportações de carnes e aumentou a oferta no mercado brasileiro.

Também foi mais baixa a variação das tarifas dos ônibus urbanos (de 1,19% em janeiro para 0,49% em fevereiro), enquanto os combustíveis tiveram queda de 1,42% (-0,33% em janeiro). O álcool ficou 2,31% mais barato, influenciando a gasolina, cujo litro passou a custar menos 1,42%.

O IPCA registrou alta de 3,47 % nos gastos com educação, que apresentou a maior variação e a maior contribuição para o índice do mês. Houve aumento de 4,09% nas mensalidades dos cursos de ensino formal. Nas mensalidades dos cursos diversos (idioma, informática etc.), a variação foi de 4,33%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), também medido pelo IBGE, apresentou variação de 0,48% em fevereiro, abaixo do resultado de janeiro (0,69%). Nos últimos 12 meses, o resultado foi de 5,43%, acima da taxa de 5,36% dos 12 meses imediatamente anteriores.

O índice é utilizado nas negociações para reajustes salariais de algumas categorias de trabalhadores.