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Cidades/Geral
Terça - 11 de Março de 2008 às 08:46
Por: CEL. PM Orestes Oliveira

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Recentemente, acompanhamos uma crescente revolução tecnológica, a qual trouxe novos direcionamentos econômicos, culturais, sociais e educacionais à sociedade mundial, a chamada “Idade da Informação” ou a “Sociedade da Informação”.

Por conseqüência da Terceira Revolução Tecnológica (a Primeira: a descoberta da Agricultura, a Segunda: a Revolução Industrial e a última: os meios de processamento e difusão de informações) o conhecimento adquire importância extrema, o valor de conhecimento agregado aos produtos supera cada vez mais o do trabalho e da matéria-prima. Conhecida também por terceira revolução industrial ou “revolução da inteligência”, na qual a informação assume o papel de “moeda globalizante”: as decisões tomadas no cotidiano das pessoas são avaliadas pelo acesso que se tem aos meios intermediários da informação.

Nesse contexto, a informação tem o poder de dominação e torna-se o diferencial para manter posição de mercado e garantir vantagem competitiva, que está ligada ao esforço contínuo de atualização, cuja atividade de monitoramento torna-se imprescindível.

Em Mato Grosso, as informações de interesse sócio-político-econômico e tecnológico orbitam assuntos como expansão da fronteira agrícola, novas tecnologias de desenvolvimento e aumento da produção agropecuária, Amazônia Legal e desmatamento, biodiversidade, bio-combustível, atividade industrial entre outros.

Nesse ambiente altamente competitivo, os benefícios dos avanços tecnológicos: agilidade, globalização, custo baixo, processamento e transmissão de grandes volumes de informação devem ombrear-se com medidas preventivas, necessárias à proteção dos ativos gerados ou agregados pelo conhecimento.

Tais medidas preventivas, conhecidas tecnicamente como Segurança Orgânica, devem ser rotina de todo cidadão que tenha acesso direto ou não a informações sensíveis como autoridades e servidores públicos.

São medidas simples e de fácil execução que se preocupam em neutralizar ou dificultar investidas criminosas no espaço físico que abriga as pessoas e os suportes necessários à reunião, ao processamento, ao armazenamento e à difusão das informações ou, investidas aos suportes, aos meios de comunicação e às pessoas que têm acesso a tais informações.

Para dificultar o acesso criminoso ao espaço físico, ou seja, às áreas e instalações, são estudadas e executadas as medidas de implantação de barreiras, controle de acesso e demarcação de áreas, como a instalação de portão ou catraca eletrônica até a instalação de leitores de retina ou de veias das mãos.

As medidas de proteção dos suportes de processamento e armazenamento das informações como computadores, “palmtops”, documentos, rascunhos, croquis, desenhos industriais entre outros, desdobram-se em cuidados com a trituração ou a incineração de documentos inservíveis e demais meios utilizados na produção, manuseio, armazenamento e difusão; conservação e manutenção de equipamentos; prevenção ao roubo ou ao furto; escolha adequada dos locais de arquivo e de destruição desses suportes.

O advento da internet transformou profundamente a sociedade, nas comunicações e nos relacionamentos, vindo junto vulnerabilidades que podem ser minimizadas com o uso correto de “e-mails” e redes sociais de relacionamentos, cuidados com senhas pessoais, com programas funcionais de acesso restrito, com dados pessoais e bancários e com as facilidades e benefícios enganosos, Engenharia Social, que vitimam pessoas desavisadas e desatenciosas.

Finalmente, o elo mais fraco da corrente da Segurança Orgânica: o ser humano. Para Kevin Mitinik, de nada adianta equipamentos tecnológicos de última geração utilizados na proteção do conhecimento se a pessoa com acesso legítimo não for bem capacitada para tal.

Os cuidados com a pessoa na Segurança Orgânica começam pela seleção, em que testes seletivos de capacidade intelectual, investigações sociais e criminais são indispensáveis. Depois a orientação, o treinamento e a continuidade da capacitação, o acompanhamento no desempenho das funções, até o desligamento, descredenciando-a de todos os meios de acesso às informações de interesse reservado.

O importante é sempre lembrar que o risco é fato e que a prevenção é o caminho mais seguro, eficiente e barato.

(*) Coronel Orestes Teodoro Oliveira é secretário-chefe da Casa Militar do Governo de Mato Grosso





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