Vereador de Sapezal preso com jovem em motel se licencia

O vereador Luis Eduardo Bueno Vianna (PSB), de Sapezal, cidade a 473 km de Cuiabá (MT), pediu afastamento do cargo por 60 dias. A polícia o prendeu em flagrante em um quarto de motel com uma jovem de 13 anos, no dia 2 de março. Ele será indiciado por exploração sexual de adolescentes.

Segundo o Conselho Tutelar, o político e a adolescente estavam nus no momento do flagrante. O conselho investigava o envolvimento dele com outras jovens. Cinco meninas com menos de 18 anos foram identificadas e três delas, que prestaram depoimento, disseram ter saído com o político anteriormente.

A família do vereador disse acreditar que ele foi vítima de uma armação política. "Meu marido é um bom pai, uma pessoa excelente, que sempre nos respeitou muito dentro de casa. Nós acreditamos nele e temos certeza de que há alguma armação por trás disso", disse a mulher, Sidnéia Aparecida Vianna, 42 anos.

A adolescente afirmou que receberia R$ 100 pelo programa e que foi avisada sobre o encontro com o vereador por uma amiga de 16 anos. "Não havia uma rede de aliciamento por trás. Ele sabia que as meninas eram carentes e se aproveitava disso, oferecendo dinheiro para elas ficarem com ele", disse o promotor de Justiça de Sapezal, Clédson Dionysio de Oliveira.

"As denúncias mostram que ele fazia isso com freqüência e pode vir a ser indiciado por estupro também, se corrompeu outras meninas menores de 14 anos", disse o promotor.

No caso deste flagrante, o crime de estupro não se configurou pelo fato de o vereador não ter mantido relações sexuais com a jovem antes da chegada da polícia. Contudo, mesmo quando há consentimento do adolescente, manter relações sexuais com adolescentes que tem menos de 14 anos é crime.

"Outras pessoas conhecidas na cidade, como empresários, também saíam com freqüência com meninas dessa idade. Vou solicitar a abertura de inquérito para investigá-los", afirmou o promotor.

O crime de exploração sexual de adolescentes é inafiançável. A pena pode variar de 4 a 10 anos de prisão.