Traficantes desafiam a Polícia vendendo drogas na porta de colégio
A movimentação de traficantes e usuários de drogas é visível à distância. O “comércio“ ontem feito por no máximo três pessoas, hoje está infiltrado por mais de 15 traficantes que disputam espaço e cliente quase que no grito. O local é um dos mais conhecidos e badalados da região da Grande Morada da Serra (CPA-1), em Cuiabá. De um lado a Praça Cultural, de outro um mini-estádio, mais ao fundo uma praça circundada por bares e lanchonetes, e do outro lado da rua um colégio. “Só não vê quem não quer. Os traficantes estão tão à vontade, que já nem se importam mais com a polícia“, diz uma professora.
Calados, mas apreensivos, comerciantes, clientes e funcionários de bares, lanchonetes e de outros comércios, são obrigados a conviver, principalmente no período da noite com traficantes e usuários de drogas que circulam abertamente, na frente até de crianças e de viaturas policiais que passam sem nem olhar para os lados.
Pedindo até pelo amor de Deus para não ser identificada, uma professora contou para a reportagem o que acontece, todos os dias, de segunda à sexta-feira, aumentando, ou dobrando de quantidade de público nos sábados, domingos e feriados.
“É um absurdo. Os traficantes vendem droga na maior cara-de-pau, como se estivessem vendendo fruta em feiras livres. Só faltam mesmo gritar para fazer a propaganda do produto“, denunciou a professora.
Uma aluna do período noturno do Colégio André Avelino, localizado em frente ao mini-estádio, disse que escapou de ser espancada por dois homens antes de entrar na escola. Conta a aluna, que os homens que estavam em uma moto lhe ofereceram um presente para ela levar uma escomenda para outro aluno.
“Eles (os dois homens em uma moto) queriam que eu levasse um embrulho para dentro do colégio. Eles me prometeram uma jóia como presente, ou duzentos reais em dinheiro, mas como não aceitei, eles ameaçaram me sequestrar e ainda prometeram me bater muito caso eu contasse essa história para alguém, principalmente para a polícia“, conta a jovem de 22 anos que mora no Jardim Brasil.
Uma segunda professora também foi à praça em frente ao Colégio André Avelino na noite de sábado (08) para confirmar a história. Além de flagrar traficantes entregando drogas, a professora ainda pôde constatar o medo que as pessoas de bem têm dos bandidos.
“O local é lindo, é gostoso de estar lá. Só que, todos são obrigados a fazer vistas grossas. Muitas vezes deixam até de olhar para os lados não levantar suspeitas de que estão vendo“, concluiu a professora.
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