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Internacional
Segunda - 10 de Março de 2008 às 17:38
Por: Daniel Buarque

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Em meio aos problemas com a entrada de brasileiros na União Européia pela Espanha, uma jovem brasileira viveu momentos de tensão e se sentiu discriminada em um outro país do continente, a Irlanda.

Estudante de italiano em Milão, Marcela Mouawad, de 18 anos, já tinha recebido a permissão de entrar na União Européia quando chegou à Itália há mais de um mês, o que deveria simplificar o controle migratório nos demais países do grupo. Ela ia passar um final de semana na Irlanda, mas a única noite da viagem de turismo foi passada em uma cadeia. Ela ficou 11 horas numa cela até que foi levada ao aeroporto e mandada de volta à Itália.

Segundo ela, ao chegar no aeroporto, o controle era muito grande com todos os viajantes. “Entrei na fila de passaportes de fora da União Européia e eles estavam fazendo muitas perguntas para gente de todas as nacionalidades, mas barravam apenas os brasileiros”, contou, em entrevista ao G1, direto de Milão, para onde voltou após o susto.

“Quando cheguei, um casal de brasileiros já estava retido no aeroporto. Ainda fomos barrados eu, outra mulher e três homens todos do Brasil. Todos foram mandados de volta para o país de onde tinham vindo, alguns imediatamente, mas eu só pude voltar no outro dia.”

Marcela contou que ficou detida no próprio aeroporto por cinco horas, mas foi levada para uma cadeia para passar a noite.

Preconceito

“Eles demonstraram bastante preconceito com os brasileiros. Eles nos tratavam muito mal, como se todos os brasileiros fossem criminosos. Eu tinha como comprovar que era estudante em Milão, tinha o telefone da escola, comprovação da hospedagem, mas eles não quiseram saber.”

Marcela contou que não sabe se o local para onde foi levada era uma cadeia comum. “Era muito pequena, e só estávamos eu e uma outra brasileira. Era uma prisão separada, com celas, uma cadeia mesmo, fora do aeroporto”, disse. Segundo ela, o local tinha cama, “mas fiquei a noite acordada. Fiquei com medo de ser mantida presa lá.”

Ela contou que ficou preocupada porque não voltou a receber informações depois que chegou à prisão. “Ficamos com medo de ficar lá. Eles haviam avisado que me mandariam de volta para a Itália, mas não deram certeza, só confirmaram pela manhã.”

Segundo a estudante, que terminou o ensino médio e pretende fazer vestibular para jornalismo, depois do ocorrido, os agentes ficaram preocupados com a imagem que ela havia ficado da Irlanda. “A imagem que ficou foi de preconceito total com o Brasil, sem que tivéssemos nada para ser repreendido. Eu não volto mais lá.”

Marcela ainda fica alguns meses estudando em Milão. Ela já tinha viajado para a França, onde entrou sem problemas, já que não teve controle migratório. Ela agora pensa se vai ou não voltar a viajar pelo continente. “Tinha uma passagem para ir para Frankfurt, na Alemanha, mas não sei se vou. Não quero correr o risco de ficar presa de novo.”





Fonte: G1

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