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Economia
Segunda - 10 de Março de 2008 às 17:10

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A baixa cotação do dólar e o aquecimento do mercado interno contribuíram para a redução do número de micro e pequenas empresas que vendem ao exterior. No entanto, as que permaneceram nesse mercado conseguiram aumentar o seu faturamento, segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

Em 2006, as micro e pequenas empresas exportadoras somaram 12.998, uma queda de 4% em relação ao ano anterior. Já o faturamento foi de US$ 1,906 bilhão, um crescimento de 5,8%. Os dados fazem parte da pesquisa "As Micro e Pequenas Empresas na Exportação Brasileira", que reúne informações entre 1998 e 2006.

A valorização do real frente ao dólar, que se intensificou nos últimos anos, o aquecimento do mercado interno --que elevou os salários-- e a competição com os países asiáticos são os fatores que mais contribuíram para a redução do número de empresas.

"Isso acaba significando aumento de custo e perda da competitividade", explicou Fernando Ribeiro, economista da Funcex (Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior), que participou da pesquisa.

Ribeiro lembra ainda que em 2004 a economia brasileira vivenciou um pico exportador. Existia a capacidade de produção e a demanda interna ainda não estava plenamente aquecida, com isso, as micro e pequenas empresas voltaram seus esforços para o exterior. No entanto, com o fortalecimento do mercado interno, algumas decidiram deixar de exportar por ser mais lucrativo vender internamente.

"Hoje em dia o mercado interno é mais atraente", avaliou o economista.

A pesquisa mostra ainda que o uso da tecnologia no processo de fabricação aumentou. Nas micro, as empresas de média-alta e alta intensidade tecnológica apresentaram crescimentos de, respectivamente, 10,3% e 18,8%. No caso das pequenas, a de intensidade média-alta cresceu 9,5% e alta, 14,8%.

A perspectiva, para ele, é que a participação de micro e pequenas empresas no mercado externo fique estável nos próximos anos.

A pesquisa considerou como micro empresa exportadora aquela que fatura aquela que emprega até 20 pessoas (indústria) ou 10 (comércio e serviços) e exportou no máximo US$ 120 mil por ano. No caso das pequenas, estão nessa categoria as que possuem até 100 funcionários (indústria) ou 50 (comércio e serviços) e venderam até US$ 1,2 milhão ao exterior em um ano.

Entram na categoria de micro e pequenas empresas especiais as que contratam até 100 pessoas, no caso de indústrias, ou 50, naquelas do setor de serviços e comércio, mas que exportam mais de US$ 1,2 milhão.

Nessa última categoria, o número de empresas exportadoras caiu 0,8% em 2006 na comparação com 2005, totalizando 1.530 estabelecimentos. Essas empresas faturaram US$ 15,348 bilhões com exportações em 2006, um aumento de 44,6%.





Fonte: Folha Online

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