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Nacional
Segunda - 10 de Março de 2008 às 07:08

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Os dados que mostram um aumento do abandono escolar em municípios com alto atendimento do Bolsa-Família são vistos pelo governo com reserva. Tanto representantes do Ministério do Desenvolvimento Social quanto do Ministério da Educação (MEC) acreditam que o programa ainda é responsável por levar as crianças até a escola. A evasão, afirmam, acontece justamente quando o programa deixa de atendê-las, aos 15 anos.

“No programa há um claro efeito fixador na escola. Esse menino sai aos 15 anos, mas estaria saindo aos 10. O que precisamos agora é pensar uma política para atender depois dos 15 anos”, avalia a secretária de Educação Básica do Ministério da Educação, Maria do Pilar Almeida e Silva. O problema, acredita o governo, ainda está na escola, na falta de estrutura do ensino, nos problemas enfrentados por professores e diretores.

Já o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), criador do Bolsa-Escola - programa que deu origem ao Bolsa-Família - diz que o fato de transformar o Bolsa-Escola em Bolsa-Família pode ter tirado das famílias pobres a idéia da importância de os filhos estudarem. “Hoje há famílias sem filhos que recebem. Sem a idéia de escola no nome se tira do imaginário da família a importância da escola. É 'eu recebo porque sou pobre', não mais 'eu recebo porque meu filho está na escola'”, afirma.

Ao mesmo tempo, diz o senador, a escola não melhorou, não atraiu o jovem, virou o que chama de “restaurante popular”. “A criança vai pela merenda, vai para garantir que a família receba o dinheiro. E em escola ruim, mesmo pagando, a criança não fica”, diz.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo





Fonte: AE

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