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Economia
Sexta - 07 de Março de 2008 às 14:13

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Uma quebra na produção mundial de trigo promete interferir no café da manhã do brasileiro. Os importadores do produto no Brasil querem repassar o aumento de preço do grão para o consumidor final.

O brasileiro pode sentir se a crise está chegando ou não quando o bolso começar a doer, especialmente ao entrar numa padaria. “Quando eu comprava pão por unidade, 10 pãozinhos era R$ 3,00 e fim de papo. Agora custa R$ 4,00”, exemplifica o aeroviário aposentado Jair Muniz.

O preço do principal ingrediente do pão, do biscoito e do macarrão aumentou sem parar nos últimos 12 meses. Em fevereiro do ano passado, a tonelada do trigo custava US$ 208. Em julho, estava em US$ 303. No mês passado, US$ 455 dólares. Aumento de 119%.

Razões

O reajuste tem duas razões: quebra na produção mundial no ano passado por causa do clima e aumento do consumo.

Nesse mesmo período, o preço da farinha de trigo subiu 23%.

“Sempre existe uma pequena defasagem, talvez de três meses, entre o preço atual do trigo e quando ele se reflete no preço da farinha”, observa o presidente do Conselho Deliberativo da Abitrigo, Luiz Martins.

Por enquanto, a crise mundial do trigo não entrou de vez nas padarias. Em algumas, o pão francês já está um pouco mais caro. Mas o aumento do preço da farinha de trigo ainda não foi totalmente repassado, por medo de perder vendas.

Prejuízo

Porém, o sindicato dos Panificadores de São Paulo diz que não é mais possível arcar com prejuízos. “Na realidade, alguma coisa tem que ser repassada. Só o aumento deste ano representa no preço final do pão mais 10%. Isso tem que ser repassado para o consumidor final”, diz o presidente do sindicato das Panificadoras de São Paulo, Antero José Pereira.

O trigo é negociado em bolsas de mercadorias no mundo inteiro, ou seja, é uma comoddity. E o que acontece em um país produtor acaba interferindo diretamente no preço do outro.

Por isso mesmo o distante Cazaquistão acaba influenciando o mercado brasileiro. Na semana passada, esse país aumentou suas taxas de exportações.

Importações

O consumidor ainda poderá enfrentar outra pressão sobre os preços. O Brasil importa mais de 70% do trigo que consome, quase tudo da Argentina. Mas, o principal parceiro no Mercosul restringiu a exportação e deixou os moinhos nacionais com os estoques baixos.

Para importar de outros países é preciso pagar 10% de imposto de importação.

“Eu acho que precisaria liberar pelo menos uns quatro milhões de toneladas de trigo de outras origens, sem taxa de renovação de Marinha Mercante, e sem o imposto de importação”, afirma o presidente da empresa, Jorge Chammas.





Fonte: Portal do Consumidor

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