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Nacional
Terça - 04 de Março de 2008 às 18:29

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Foi com a voz embargada que o carteiro gaúcho Rudimar da Cruz Machado, de 34 anos, que recebeu a notícia da reportagem do G1 de que receberá uma bolsa de estudos de 50% no curso de direito, nos mesmos moldes do Programa Universidade para Todos (ProUni ), da faculdade particular em que foi aprovado.

Machado se cadastrou no programa de bolsas do Governo federal e foi selecionado na segunda chamada, mas perdeu o prazo de inscrição na instituição porque a correspondência que o Ministério da Educação (MEC) enviou para ele avisando que ele estava pré-selecionado foi entregue pelos Correios com dois dias de atraso.

Como forma de protesto, Machado - que ironicamente é carteiro - acorrentou seu pé esquerdo e ficou sentado na frente da agência dos Correios em Rio Grande para esperar uma solução para o caso. Separando o carteiro do cidadão, ele passou o sábado e o domingo no local e na segunda-feira (3) cumpriu o expediente normalmente.

"Nossa, eu nem acredito. Estou muito feliz, não sei nem como agradecer, não sei o que dizer. Vou fazer a faculdade de direito, que era um sonho meu, e vou poder dar um futuro melhor para a minha filha", comemorou o carteiro, que afirmou que mesmo assim ainda quer saber de quem é a culpa pelo atraso na entrega da correspondência.

Machado sabe, porém, que terá que continuar batalhando para conseguir pagar os outros 50% do valor da mensalidade do curso para dar continuidade nos estudos, já que ele recebe um salário de R$ 600 como carteiro e a mulher dele recebe R$ 400 como faxineira. "Agora vou começar uma outra luta, mas não me arrependo. Tenho força de vontade e vou lutar até o fim para terminar o curso", afirmou.

Em nota oficial enviada ao G1, as Faculdades Anhanguera afirmaram que avaliaram o caso e se sensibilizaram com a situação do carteiro e por isso vão integrá-lo imediatamente à instituição, oferecendo a bolsa de estudos com 50% de desconto na mensalidade, nos mesmos moldes do Prouni.

A instituição também afirmou que vai auxiliar Machado nos trâmites necessários para a busca de seus direitos, juntos às instituições envolvidas no atraso e aceitação da sua bolsa governamental. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, a direção já está tentando entrar em contato com Machado para que ele possa efetivar a matrícula no curso.





Fonte: G1

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