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Internacional
Terça - 04 de Março de 2008 às 15:30

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O governo da Venezuela anunciou nesta terça-feira o fechamento da fronteira do país com a Colômbia, em uma nova medida que reflete a tensão entre os dois países após uma incursão militar colombiana no Equador no fim de semana.

"Tomamos algumas medidas, como o fechamento da fronteira", disse o ministro venezuelano de Agricultura e Terras, Elias Jaua, em um programa de televisão local. "Não podemos depender de absolutamente nada de um país que adota uma postura de guerra contra todos seus vizinhos."

A Venezuela, assim como o Equador, já havia anunciado o envio de tropas para a fronteira colombiana e, na segunda-feira, o governo equatoriano rompeu relações diplomáticas com Bogotá.

A crise diplomática entre os três países teve início depois que helicópteros colombianos invadiram o território equatoriano para realizar um ataque contra membros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Genocídio

O ataque da Colômbia no Equador, no sábado, atingiu um acampamento de guerrilheiros e matou Raúl Reyes, um dos principais porta-vozes das Farc.

As autoridades colombianas acusam a Venezuela e o Equador de ter ligação com os rebeldes e, na segunda-feira, anunciaram ter encontrado indícios de que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, entregou US$ 300 milhões às Farc.

Nesta terça-feira, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, anunciou que o país vai apresentar queixa no Tribunal Penal Internacional contra Chávez, acusando-o de "patrocínio e financiamento de genocidas".

"Não precisamos que simplesmente batam nas nossas costas para dar pêsames, enquanto estão dando refúgio aos torturadores da Colômbia", disse Uribe.

Mais cedo, o vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos, acusou os rebeldes das Farc de tentarem adquirir material radioativo para fazer uma "bomba suja".

Durante uma conferência da ONU em Genebra, Santos disse que informações encontradas em computadores que estavam com Raúl Reyes indicam que as Farc estavam em negociações para obter o material.

OEA

O presidente do Equador, Rafael Correa, inicia nesta terça-feira uma viagem por cinco países latino-americanos, incluindo o Brasil, para defender a versão equatoriana da crise diplomática.

Correa deve chegar ao Brasil ainda nesta terça-feira e ter uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta.

Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, sugeriu que a Colômbia apresente um novo pedido de desculpas, "mais explícito, ao Equador pelo ocorrido.

A crise diplomática também deve ser discutida nesta terça-feira na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, a partir das 17h (hora de Brasília).

Segundo o jornal colombiano El Tiempo, a Colômbia deve justificar seu ataque em território equatoriano com base em duas resoluções do Conselho de Segurança da ONU – a 1368 e a 1373, de setembro de 2001, que permitiram aos Estados Unidos invadir o Afeganistão para perseguir membros da rede extremista Al-Qaeda.





Fonte: BBC Brasil

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