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Em 50 dias, três grávidas ficaram sem atendimento pelo SUS. Agendamento é necessário para evitar transmissão da doença para o bebê.
Gestantes com HIV alegam que não conseguem agendar parto em Cuiabá
Gestantes portadoras do vírus HIV reclamam que não conseguem agendar o parto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) devido à superlotação nas unidades de saúde, em Cuiabá. O agendamento é necessário para evitar a transmissão da doença para o recém-nascido. O diretor de um dos hospitais, Marcelo Sandrin, argumenta que o principal problema é que a unidade atende também a demanda da Baixada Cuiabana. “Tem dias que a coisa é tão angustiante que nós não temos vaga em nenhum setor”, disse.
No entanto, o secretário-adjunto de Saúde de Cuiabá, Paulo César Ribeiro, informou não ter conhecimento dos casos. “Vamos verificar se não houve o atendimento e o que podemos melhorar para que não ocorra novamente”, disse. Ele afirma que um novo estudo está sendo feito para ampliar o atendimento com novas contratações da rede SUS na capital.
Por mês são realizados cerca de 800 procedimentos cirúrgicos através do SUS na capital. “Os médicos estão estressados por que trabalham com superlotação. Há 13 leitos na área de entrada para atender o pré-parto, mas existem quase 25 pacientes. E se o médico manda aquele paciente voltar para casa e algo acontece, ele será responsabilizado”, avaliou a presidente do Conselho Regional de Medicina, Dalva Alves das Neves.
Em 50 dias, segundo o Serviço de Atendimento Especializado em DST, HIV/AIDS, três grávidas soro positivas não conseguiram agendar o parto, como exige o protocolo de tratamento de gestantes portadoras do vírus. Essa medida é praticada desde 2000 pelo Ministério da Saúde.
“O protocolo diz que nós devemos fazer o pré-natal e fornecer o medicamento de alta potência antirretroviral para que não haja vírus circulante na mãe que passe para o feto, ela toma isso durante toda a gestação. No parto, a gestante precisa ser internada três horas antes da cirurgia e reforçar a dose”, explicou a ginecologista e obstetra, Marina Azem. Ela também falou que a amamentação é feita por outra lactante que não a própria mãe e o recém-nascido recebe um medicamento específico pelos primeiros 42 dias.
Sem a realização desse procedimento, o índice de contaminação é de 35%. “A gente tem uma média de três gestantes [soropositivo] por mês, então eu não consigo entender como esse número vai alterar o cronograma de atendimento ou cause uma superlotação”, observou a ginecologista.
Já o diretor do hospital contrapõe e alega que se uma gestante soro positivo chega ao local para ser internado para fazer um parto em uma semana e, nesse mesmo tempo, chega outra em trabalho de parto, a segunda tem preferência. "Não posso deixar um pessoa perambulando pela cidade”, pontuou.
Fonte:
Do G1 MT
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