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Economia
Terça - 04 de Março de 2008 às 03:38

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Brasília - O embargo da União Européia (UE) à carne bovina brasileira deverá frustrar o crescimento de 15% nas exportações que era esperado para este ano. Por causa das restrições, a expectativa é de repetição dos resultados obtidos em 2007, segundo comentou ontem o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte, Antenor Nogueira, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). No ano passado, as vendas totais de carne bovina somaram 2,318 milhões de toneladas e renderam US$ 4,424 bilhões.

De acordo com Nogueira, as exportações não chegarão a cair porque outros mercados poderão absorver o volume de carne que deixará de ser exportado para a UE. "Exportamos para os países europeus 35 quilos de carne por boi. São cortes nobres e não teremos dificuldades em vendê-los para outros mercados", garantiu. Além disso, os preços da carne no mercado internacional estão em alta, o que vai compensar o veto imposto pelos europeus ao produto brasileiro desde 1º de fevereiro.

Pelos dados da CNA, os preços médios da carne bovina in natura subiram 65,43%, para US$ 3.971 por tonelada, em janeiro deste ano na comparação com igual período de 2007. "Quem vai ganhar com o embargo é o Brasil, pois não há excedentes de carne no mercado internacional. Se os europeus buscarem carne na Argentina, nós iremos abastecer os mercados que antes recebiam carne argentina", argumentou.

Nogueira avalia que é inviável a retomada das exportações brasileiras caso as autoridades européias mantenham a lista de 106 fazendas autorizadas. Segundo ele, 2.700 fazendas de Goiás têm condições de exportar carne para aquele bloco, mas apenas duas estão na lista de fazendas que estão sendo inspecionadas pelos veterinários europeus.

De acordo com o representante dos pecuaristas, 1.200 animais pastam nas duas propriedades do Estado. "Exportar com esse número de fazendas é impossível. É uma piada. Cada um dos 12 frigoríficos de Goiás habilitados a exportar precisaria abater um animal por semana para vender para a Europa", ironizou.

O dirigente da CNA não descartou a possibilidade de os nove técnicos europeus que estão no País recusarem a lista de 106 fazendas depois das inspeções nos Estados. Ontem, os europeus inspecionaram fazendas de Minas Gerais e do Espírito Santo. As primeiras auditorias feitas em Goiás mostraram falhas no registro de movimentação dos animais, ou seja, os números armazenados nas fazendas não batiam com os números dos órgãos estaduais de defesa e com os dados do Ministério da Agricultura. "Trezentas, 106, ou nada, é a mesma coisa. Não conseguiremos atender à demanda européia", criticou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo





Fonte: AE

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