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Agronegócios
Segunda - 03 de Março de 2008 às 18:33

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Com uma produção estimada em 5,5 milhões de sacas na safra 2008, Mato Grosso tem apresentado crescimento significativo no plantio de sementes. Hoje, com a boa produtividade, menos de 30% das sementes utilizadas por produtores de soja no Estado são importadas de outros estados ou países. Como forma de valorizar o mercado mato-grossense, além de coibir problemas como aparecimento de doenças em lavouras, oriundos desse tipo de semente, a Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat) lançará no próximo dia 7 de março a campanha "Sementes Forasteiras: Produtor, não plante no escuro".

Por meio da campanha, a entidade pretende esclarecer e conscientizar os produtores de Mato Grosso sobre os benefícios de comercializar o produto local.O presidente da Aprosmat, Elton Hamer, afirma que é importante valorizar a produção local devido à alta tecnologia empregada e à confiabilidade da produção. Além disso, o alerta aos produtores também mostra que importando sementes de outras regiões, na maioria das vezes desconhecidas, há a importação de pragas.

Um exemplo é a praga neomatóide cística, que atinge o solo e que surgiu da importação de sementes no ano de 1996.

Outra doença oriunda deste tipo de semente é o Cancro da Haste, que dizimou quase toda produção de Mato Grosso anos atrás. Esta facilidade na disseminação de doenças está na alta temperatura e umidade na época do plantio que compreende os meses de setembro e abril.

A coordenadora técnica da Aprosmat, Maria de Fátima Zorato, afirma que praticamente todos os problemas existentes em lavouras do Estado vieram junto com as sementes de origem duvidosa.

"A semente é um veículo de tecnologia, porém, ela carrega o patógeno. Ela é o maior veículo de transmissão de doenças", afirmou a coordenadora.

As chamadas Sementes Forasteiras podem conter estes patógenos os quais têm a capacidade de transmitir doenças. Em Mato Grosso existem áreas propícias para o desenvolvimento de patogenias.

Para o pesquisador da Embrapa Soja de Londrina (PR), Ademir Henning, a ocorrência destas doenças pode gerar baixa produtividade e como conseqüência desestruturação do parque sementeiro e perda de competitividade externa.

"De outro lado o produtor comprando sementes forasteiras pode adquirir produtos não adaptados à região. Um exemplo são as `Maradonas` (sementes contrabandeadas da Argentina) que vinham misturadas com outras espécies e realmente não sabíamos o que vinha dentro das sacas. Há casos em que o produtor adquiriu grãos ao invés de sementes", revela Henning.

Os royalties, hoje pagos a empresas de fora, ficariam no Estado com a compra do produto local e aplicados em pesquisas.

O Estado importa hoje apenas cerca de 30% de sementes, no entanto, há uns cinco anos foi grande exportador e há expectativa para que isso deva voltar a acontecer.

"Temos cultivares competitivas produzidas aqui, por diversas empresas, e acredito que basta valorizarmos nosso produto que vamos conseguir atender o Estado e exportar", avalia o presidente da Aprosmat, Elton Hamer.

SERVIÇO - A cerimônia de lançamento da campanha "Sementes Forasteiras: Produtor, não plante no escuro" será no dia 7 de março, às 19h, na sede da Aprosmat, em Rondonópolis, e terá a presença do governador Blairo Maggi e outras autoridades.

No lançamento haverá uma palestra abordando as pragas que podem ser transportadas via semente, tendo como palestrante o engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Soja de Londrina (PR), Ademir Henning, que é especialista em Patologias de Sementes pela Universidade de Copenhagem, na Dinamarca.





Fonte: AMM/Aprosmat

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