Polícia Civil conclui inquérito e indicia 21 pessoas
O inquérito presidido pelos delegados fazendários Luzia de Fátima Machado, Maria Alice Amorim, Rogério Atílio Modeli e Wilton Massao Ohara, concluíram, ao todo, que 21 pessoas tiveram participação no esquema de corrupção. Cada uma responderá pela sua respectiva participação nos crimes apurados nos autos. O prefeito afastado pela justiça é acusado do desvio de mais de 2 milhões em verbas (R$ 600 mil do Estado e R$ 1,5 milhão da União) dos cofres do município.
Os delegados já solicitaram à Justiça a quebra do sigilo bancário do prefeito para descobrirem o destino do dinheiro. Segundo delegado Rogério Atílio Modeli, em interrogatório, o prefeito negou as irregularidades cometidas, porém o ex-presidente do Legislativo confirmou os desvios de verbas públicas na administração do prefeito.
Os quatro agentes públicos vão responder pelos crimes de fraude à licitação (fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, pena de detenção de dois a quatro anos e multa), crime de responsabilidade dos prefeitos (utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos, pena de detenção de três meses a três anos), de falsidade ideológica (omitir, em documento público ou particular, declaração que devia dele constar, pena reclusão de um a cinco anos), de corrupção ativa (oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, pena de reclusão de dois a 12 anos), corrupção passiva (solicitar ou receber vantagem indevida, pena de reclusão dois a 12 anos e multa), lavagem de dinheiro (ocultar a origem de dinheiro, pena de três a 10 anos de reclusão e multa) e formação de quadrilha (reunir mais de três pessoas para prática de crimes, pena de reclusão um a três anos).
INVESTIGAÇÕES - As investigações iniciaram no ano passado, com o recebimento de várias denúncias da população relatando as irregularidades e os abusos cometidos na administração do prefeito. Em agosto de 2007, a Delegacia Fazendária conseguiu autorização da Justiça para realizar uma busca e apreensão na prefeitura, na Câmara Municipal e na casa do prefeito, onde foram apreendidos vários documentos que comprovam as irregularidades e colhidos mais de 40 depoimentos de pessoas que queriam denunciar a situação do município. “O material apreendido deu início às investigações e consecutivamente, após comprovação dos desvios na Prefeitura, chegou-se a prisão do prefeito e mais três envolvidos”, afirmou o delegado Rogério Atílio Modeli.
A delegada Maria Alice Amorim, frisou que a Auditoria do Estado detectou 17 irregularidades na administração do prefeito, as quais foram submetidas à análise dos delegados fazendários. “São vícios de toda ordem, como o fracionamento de despesas para evitar o processo licitatório, combinação na licitação, onde vencia a pessoa indicada pelo prefeito”, salientou. “No que foi apurado pela Auditoria do Estado, o prefeito era o ordenador de despesa e era ele quem detinha toda a informação e todo o procedimento”, complementou a delegada.
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