Dieese: novo salário mínimo vai movimentar R$ 14,45 bi
O novo salário mínimo de R$ 412,40 que começa a valer a partir deste sábado, com reajuste de 8,52% sobre o valor atual (R$ 380), vai injetar R$ 14,45 bilhões na economia brasileira este ano, de acordo com projeções do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Segundo o diretor técnico do Dieese, Clemente Granz Lúcio, o cálculo é com base na diferença entre o salário atual e o novo - que é de R$ 32,40 - multiplicado pelo número de pessoas que recebem o salário mínimo, estimado em 45 milhões de trabalhadores.
"É uma melhora pequena para o trabalhador, porém significativa, porque traz uma dinâmica complementar. Melhora o padrão de consumo das pessoas", avaliou.
Wanda Senra Anachoreta, 76 anos, já começa a renegociar o salário da empregada doméstica Maria da Glória, 52 anos. Ela trabalha para a família há 12 anos e ganha dois salários mínimos.
"Maria da Glória começou como babá da minha neta e foi ficando", disse Wanda. "Mas, além do salário e de todos os benefícios, a gente paga plano de saúde, mobília. "
m dos maiores impactos do aumento ocorre nas contas da Previdência Social: mais de 13 milhões de aposentados e pensionistas recebem um salário mínimo. Cada R$ 1 acrescentado ao valor final implica cerca de R$ 180 milhões em gastos da União por ano.
O relator geral do Orçamento, deputado José Pimentel (PT-CE), reafirmou ontem que os recursos estão garantidos na proposta orçamentária deste ano.
Pimentel informou que o Executivo deverá encaminhar ao Congresso medida provisória com o novo valor, já que o projeto de lei ainda não passou pelo Senado.
Governo previa R$ 407
No projeto de lei encaminhado pelo Executivo ao Congresso Nacional, a previsão para o salário mínimo era de R$ 407,33. Porém, com a definição da reestimativa de receitas do governo e da inflação do ano passado, o valor foi revisto.
O projeto de lei estabelece que, até 2011, o salário mínimo receberá correção da inflação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulada desde o último aumento, acrescido de percentual idêntico ao do crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
Pelo projeto acordado entre governo e centrais sindicais, o mês do reajuste do mínimo será antecipado em um mês a cada ano até chegar em 2010, quando o aumento deve ocorrer no dia 1º de janeiro.
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