Rio: outra criança morre com suspeita de dengue
A dengue hemorrágica pode ter feito mais uma vítima fatal no Rio. O morador da Penha, Rodrigo Yamawaki Aguilar Roig, 6 anos, morreu sexta-feira com suspeita de doença durante atendimento na clínica particular Amiu, em Jacarepaguá. O caso reforça o percentual de 30% dos casos de dengue em crianças, notificados pela Secretaria de Saúde do Rio. Até o dia 20 de fevereiro, dos 6.027 casos registrados, 1.800 atingiram menores de 15 anos.
Rodrigo apresentou os primeiros sintomas da doença no dia 18 de fevereiro. Ele foi consultado por médicos das clínicas Cefem, na Penha, e Semiu, em Vicente de Carvalho. Segundo a mãe, Glória Regina Yamawaki Aguilar, na Semiu, ele chegou a fazer um exame de sangue, que revelou queda de plaquetas, mas foi liberado. Na sexta-feira de manhã seu estado de saúde se agravou e a família procurou atendimento no Hospital Amiu.
"O atendimento na clínica demorou demais. Meu filho só foi atendido depois que desmaiou. No consultório, sofreu uma parada cardíaca foi reanimado, mas não resistiu à segunda, 20 minutos depois. Sofreu falência múltipla dos órgãos. Se tivesse sido internado no primeiro atendimento poderia estar vivo", disse Glória.
Despreparo
Para ela, houve erro médico e despreparo dos médicos para diagnosticar a dengue hemorrágica. "Trataram o problema como gripe. Chegaram a dizer que Rodrigo estava com febre reumática. Vou processar os médicos e as clínicas por negligência. Sei que isso não vai trazer meu filho de volta, mas impede que a tragédia ocorra com outra família", frisou.
A direção da Amiu disse que recebeu o paciente de outro hospital e afirmou que a equipe médica fez o possível para salvar Rodrigo.
O Hospital Semiu alegou que o resultado do exame de sangue não diagnosticou a dengue hemorrágica e por isso não houve necessidade de internar a criança.
A diretoria do Cefem esclareceu que no momento do atendimento, o paciente não tinha sintomas como febre alta, desidratação ou alteração na respiração, por isso foi medicado e liberado.
Mais vítimas entre 5 e 9 anos
O pediatra infectologista, membro do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Paulo César Guimarães explicou que, em crianças, a dengue atinge mais as que estão entre 5 e 9 anos. Segundo ele, as menores são mais protegidas em casa. Cerca de 67% dos casos registrados em dezembro atingiram crianças abaixo dos 15 anos. De acordo com o médico, o índice está se repetindo em 2008. Do total de 14 óbitos do município, 12 são de crianças na faixa etária. Ele explica que a doença se manifesta da mesma forma em qualquer idade, mas a intensidade varia entre pacientes.
O especialista alertou que é importante que a mãe fique atenta a sintomas como febre alta por até sete dias, enjôos, vômitos, prostração e manchas vermelhas.
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