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Polícia Brasil
Terça - 26 de Fevereiro de 2008 às 15:08

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O Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso pediu a interdição de um frigorífico localizado na cidade de Alta Floresta, unidade onde ocorreu um acidente, no dia 21, que resultou na morte do empregado Cláudio Freitas Cruz, que fazia reparos em um stand no setor de abates, sem o uso de equipamentos de proteção individual.

De acordo com o relato de uma colega de trabalho, a vítima sofreu choque elétrico e caiu de uma altura de mais de três metros. O médico que atendeu o trabalhador, constatou queimadura de primeiro grau na mão esquerda da vítima, decorrente de choque elétrico de baixa voltagem. Mas segundo ele, a lesão não foi a causa da morte de Cláudio Cruz, e sim uma fratura cervical, decorrente de queda de nível. A vítima era casado e deixou um filho de dois anos de idade.

A viúva, Márcia Maria de Faria Rufino, informou ao Procurador do Trabalho do Ofício da PRT23ª Região de Alta Floresta, Rafael de Araújo Gomes, que o marido estava trabalhando com a solda, sem luvas, capacete ou cinto de segurança. Segundo ela, Cláudio sofreu um choque e ficou grudado nas ferragens, duro, até que o colega dele chamado Júnior puxasse o cabo de força. E foi nesse instante que Cláudio caiu e bateu com a cabeça no chão.

Maria ainda acrescentou que Cláudio reclamava com freqüência da falta de equipamentos de proteção. " Cláudio reclamava que sequer fita isolante era disponibilizada", disse. Segundo ela, nos próximos dias, Cláudio iria assumir um cargo na CIPA, para o qual fora eleito e que há um mês ele sofreu acidente, trabalhando sem luvas de proteção, tendo perdido a unha de um dos dedos da mão.

Desses relatos e da forma como ocorreu a morte do trabalhador, o MPT conclui que a vítima não usava os equipamentos exigidos pela NR 06 do Ministério do Trabalho e Emprego para evitar quedas com diferença de nível, caso contrário, o dispositivo trava-queda e o cinturão de segurança teriam evitado a queda e a morte do trabalhador.

De acordo com o Procurador do Trabalho que já vinha investigando a situação da empresa Quatro Marcos, este não foi o primeiro acidente fatal ocorrido no frigorífico em Alta Floresta. Anos atrás, uma trabalhadora foi morta ao ter o corpo puxado para dentro de uma máquina. E ainda no mês de fevereiro deste ano, outro trabalhador perdeu várias unhas da mão por manipular produtos químicos sem luvas e demais equipamentos de proteção.

Assim que tomou conhecimento do fato, o MPT ajuizou uma ação cautelar na Vara do Trabalho de Alta Floresta, requerendo a interdição da unidade do frigorífico, no entanto, a juíza do trabalho, não acatou o pedido sob o argumento de que a causa da morte não coloca os demais trabalhadores em risco.

Na visão do MPT a determinação judicial de que a empresa comprove o cumprimento das normas de segurança, sob pena de multa, é inócua, pois limita-se a repetir o que já foi determinado no acordo judicial celebrado em Cuiabá. O valor da multa, aliás, é idêntico, e nada acrescenta. "O frigorífico não atentou para o fato de que, sem este mínimo, que é o equipamento de proteção, outros trabalhadores fatalmente sofrerão acidentes, fatais ou não", frisou o Procurador do Trabalho.





Fonte: Redação TVCA

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