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Polícia Brasil
Segunda - 25 de Fevereiro de 2008 às 17:29

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A quadrilha de estelionatários presa hoje pela Polícia Federal (PF) no Brasil e nos Estados Unidos usava o País como base para lesar investidores no exterior. Segundo a instituição, foram presos até agora 17 pessoas - 15 no Estado de São Paulo e duas na cidade de Miami (EUA).

A PF explicou que ainda estão sendo cumpridos os mandados de prisão e de busca e apreensão e, portanto, não pode revelar detalhes da investigação. Pela operação, batizada de Pirita, estão previstos 27 mandados de prisão temporária, três de prisão preventiva e 35 mandados de busca e apreensão, a serem cumpridos em São Paulo, Rio Grande do Sul e EUA. Três equipes da PF ainda estão fazendo buscas.

De acordo com o delegado regional da PF, Mário Menin Júnior, os estelionatários acreditavam que ficariam impunes por não saber do trabalho de cooperação entre a PF e o FBI.

A polícia chegou até a quadrilha após uma investigação que durou pouco mais de um ano, no Brasil, e já se estendia por três anos nos EUA. Há indícios de que a quadrilha tenha montado base também na Argentina.

Segundo a coordenadora da investigação, Karina Souza, o perfil dos investidores era de estrangeiros que não conheciam o mercado americano de ações. Os papéis vendidos pelo grupo eram de empresas que operavam nos EUA. "Trata-se de um golpe de estelionato clássico. Eram usados operadores de telemarketing brasileiros com conhecimento de inglês que ligavam para as vítimas oferecendo um alto valor por ações de baixa liquidez". Os clientes da quadrilha eram tanto pessoas quanto empresas.

Feito isso, o grupo cobrava uma comissão pela transação dos papéis e um adiantamento. Após depositados esses valores, os fraudadores desapareciam. O dinheiro era depositado nos EUA e chegava ao Brasil com a ajuda de doleiros.

Karina explicou ainda que um dos líderes da organização, Doron Mukamal, um israelense com passaporte do Canadá, está preso e que outros dois ainda são procurados. Entre os detidos no Brasil ainda estão um canadense, um inglês e um neozelandês. O restante dos presos no País, segundo ela, são brasileiros. Os dois suspeitos localizados nos EUA também são brasileiros.

Segundo a PF, o dinheiro depositado pelos clientes era lavado no País com investimentos no mercado imobiliário. "Eles compravam imóveis e faziam construções para dar legimitidade aos recursos", explicou Menin.

Um dos mandados de busca foi cumprido hoje em uma mansão no Morumbi, bairro nobre da zona sul de São Paulo, onde foram encontrados uma grande soma de dinheiro em reais e moeda estrangeira. Ao todo, a operação apreendeu R$ 655 mil, US$ 106 mil, 4,5 mil euros, 9,3 mil dólares canadenses e 17 veículos, entre carros de luxo e motos, e 17 armas.

Os presos hoje responderão pelos crimes de estelionato, evasão de divisas, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Somadas, as penas para estes crimes podem chegar a 33 anos de prisão.





Fonte: Redação Terra

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