Cochilos diários indicam 'risco de derrame', diz estudo
Cochilos não-intencionais durante o dia podem indicar risco de derrames em pessoas idosas, segundo um estudo da Universidade Columbia, em Nova York
Cochilos não-intencionais durante o dia podem indicar risco de derrames em pessoas idosas, segundo um estudo da Universidade Columbia, em Nova York, apresentado na Conferência Internacional de Derrame, em Nova Orleans, nos Estados Unidos.
Os riscos para quem tira cochilos freqüentemente chegam a ser quatro vezes e meia maior do que para quem nunca dorme durante o dia, segundo os cientistas.
Os pesquisadores aconselham os médicos a examinar mais a fundo os pacientes idosos que costumam cair no sono em frente à televisão.
O estudou perguntou a 2 mil pessoas com que freqüência elas cochilavam em diferentes situações, como em frente à televisão, conversando com alguém, sentadas quietas depois de um almoço sem bebidas alcoólicas ou ao volante durante uma parada rápida no trânsito.
O risco de sofrer um derrame nos próximos dois anos foi 2,6 vezes maior entre as pessoas que disseram "cochilar um pouco", em comparação com as que não dormem. Entre as que disseram "cochilar significativamente", o risco foi 4,5 vezes maior.
Os pesquisadores também concluíram que o risco de ataque cardíaco ou morte por conta de doenças vasculares foi 1,6% mais alto para os que cochilam um pouco e 2,6% mais alto para os que cochilam significativamente.
A líder do estudo, Bernadette Boden-Albala, professora assistente de neurologia na Universidade Columbia, disse que "esses números são significativos".
"Ficamos surpresos que o impacto tenha sido tão forte em período de tempo tão curto", afirmou.
Falta de sono
Pesquisas anteriores indicaram que as pessoas que sofrem de apnéia do sono – períodos curtos em que a respiração pára durante o sono – têm maior risco de derrame.
A sonolência durante o dia poderia ser um sinal da falta de sono durante a noite por causa da apnéia.
"Com os fatos que temos, vale a pena analisar pacientes para conhecer seus problemas de sono", disse Boden-Albala. "Se os pacientes estão cochilando moderadamente ou significativamente, os médicos precisam pensar em enviá-los para uma avaliação mais detalhada."
A pesquisadora acrescentou que outros estudos mostram que as pessoas não têm dormido o suficiente, o que pode deixá-las consistentemente cansadas.
"Mas a questão real é o que estamos fazendo com nossos corpos", acrescentou. "A falta de sono obviamente nos deixa em risco de sofrer um derrame."
Risco
O médico Heinrich Audebert, especialista em derrames do hospital Guy's and St. Thomas, em Londres, afirmou que as conclusões do estudo fazem sentido.
"A apnéia do sono é um fator de risco para o derrame e, nos países mediterrâneos, a sesta é associada a um ligeiro aumento de risco de sofrer um derrame durante o dia", disse.
De acordo com Audebert, os pacientes com apnéia do sono têm aumento de pressão durante a noite.
Outra causa potencial para as conclusões da pesquisa, segundo o médico, poderiam ser pequenos derrames anteriores, não diagnosticados, que estariam causando danos ao cérebro e levando à sonolência durante o dia.
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