DNIT pode assumir obras da BR-174 se comprovar irregularidades apontadas pelo TCU
A BR-174 (Juina-MT a Vilhena-RO), recebeu quase R$ 10 milhões para que fosse aplicado no melhoramento dos 120 quilômetros de uma das mais importantes rodovias de escoamento da região. Os recursos foram administrados pela prefeitura municipal de Juina. Durante a execução da obra, surgiram denúncias, de mau uso do dinheiro, preços superfaturados e irregularidades nos trechos recuperados, como o uso de bueiros de madeira (pau-oco).
As denúncias foram protocoladas pelos vereadores da oposição, nos Tribunais de Contas da União e do Estado, no Ministério Público, na Controladoria Geral da União, e ainda entrou com requerimento de uma CPI para investigar as possíveis irregularidades. “Tivemos uma dificuldade enorme para criar a comissão, fomos barrados de todos os jeitos, inclusive tivemos que entrar na justiça com mandado de segurança, a sorte que temos um terço dos vereadores, o que é exigido para se criar uma CPI”, disse Joselina Moraes Souza, do PT.
A prefeitura foi notificada no dia 29 de janeiro pelo TCU que suspendeu, por medida cautelar, a execução e pagamentos de contratos da Prefeitura de Juína, para execução de serviços de melhoramento na rodovia BR - 174, pavimentação urbana e sistema de abastecimento de água. O tribunal identificou irregularidades na licitação, financiada com recursos do DNIT e da Funasa.
A auditoria encontrou indícios de sobre preço e superfaturamento de R$ 2,9 milhões nas obras da rodovia, realizadas entre a Prefeitura e DNIT. Constatou-se também falta de projeto básico e de previsão de recursos para as despesas e restrição à competitividade.
A auditoria encontrou indícios de sobre preço e superfaturamento de R$ 2,9 milhões nas obras da rodovia, realizadas entre a Prefeitura e DNIT. Constatou-se também falta de projeto básico e de previsão de recursos para as despesas e restrição à competitividade.
Nas obras de abastecimento de água, o Tribunal apontou serviços não executados ou realizados em quantidade inferior à medição indicada na licitação, além de contratação por preços acima do permitido. Houve também a subcontratação da empresa J.J. Indústria e Comércio, por R$ 1.578.947,36, sem previsão no edital ou no contrato.
O TCU determinou que DNIT e Funasa suspendam repasse de recursos, até que as irregularidades sejam resolvidas. Os responsáveis teriam até 15 dias para se explicarem.
Na semana passada o prefeito de Juina Hilton Campos (PR), que estava de licença, disse que vai explicar tudo a população. “O problema aqui é que os três vereadores da oposição e mais um ”grupinho“ aí, não quer deixar o Hilton trabalhar. Todas as denúncias eu vou responder, e não tem nada errado, nem desvios e nem preços superfaturados”, assegurou Campos, que passou os últimos sessenta dias em viagens, enquanto o vice Genésio Bôer, administrava o município.
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