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Quinta - 30 de Maio de 2013 às 22:17

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Após a exibição em rede nacional, nesta terça-feira (28), de imagens que mostram um bebê vindo a óbito devido à precariedade e falta de leitos na UTI do pronto-socorro de Cuiabá, o promotor Alexandre Guedes irá encaminhar, até a próxima semana, uma petição à Justiça cobrando o cumprimento das medidas observadas nas duas ações civis públicas já ajuizadas, que exigem melhorias na unidade hospitalar. “Vou pedir aos magistrados que, com base nas imagens, determinem que o poder público cumpra o que consta nas ações civis”, informou.

 
 
Diante do problema, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) estuda protocolar mais uma ação civil pública contra a prefeitura de Cuiabá e o governo do Estado. “O Estado e a prefeitura são omissos. Os problemas são bem conhecidos, não foi por falta de fiscalizações do CRM que eles ainda não foram resolvidos. As melhorias que tanto falam vêm sendo realizadas de maneira muito tímida. Se isso não mudar, as pessoas vão continuar morrendo”, disparou Dalva Neves, presidente do CRM-MT.


 
O programa Profissão Repórter, da emissora Globo, levou ao ar reportagem sobre a situação dos hospitais no país. Na visita ao pronto-socorro de Cuiabá, a equipe se deparou com os problemas da unidade, como estrutura comprometida e falta de vagas para pacientes.

 
 
Internado em estado grave na sala para os pacientes com problemas intermediários, o bebê de um ano, chamado Hiann, precisava ser transferido com urgência a uma UTI para que pudesse receber maiores cuidados e sobreviver, mas não havia vagas para ele - que veio a falecer, para desespero da família.

 
 
“Infelizmente, essa é uma realidade que já conhecemos. A situação no pronto-socorro de Cuiabá é totalmente caótica”, afirmou a presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT), Elza Queiroz.

 
 
Ela disse que ao menos 40 leitos do neonatal e pediatria, que ficavam no terceiro andar do pronto-socorro foram desativados para que fosse feita uma reforma no local. “Os aparelhos, tudo foi retirado de lá. Até hoje ninguém sabe o que aconteceu e quando ao certo a reforma estará concluída. É um absurdo”, pontuou.

 
 
Na gravação do programa no pronto-socorro, o secretário de Saúde de Cuiabá, Kamil Hussein Fares (PSD) chegou a ir até o local e conversou com a repórter. Ele classificou a situação do pronto-socorro como “bomba atômica”.

 
 
“Não imaginei que a situação fosse tão grave. Isso aqui está uma bomba atômica. Está um ‘salve-se’ quem puder. Estamos fazendo o máximo para resolver o problema emergencial, assumimos a gestão em quatro meses. A vida é assim mesmo. Tem muita gente morrendo hoje sem necessidade de morrer”.

 
 
Em nota a prefeitura de Cuiabá ressaltou que “a realidade do atendimento em saúde de Cuiabá não difere de outros estados brasileiros, conforme se percebe na reportagem do programa da Rede Globo”. Enfatiza ainda que a atual gestão trabalha para inaugurar um novo pronto-socorro, com 250 novos leitos.





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