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Economia
Sábado - 23 de Fevereiro de 2008 às 11:16
Por: Humberto Medina

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A frustração de expectativas com o mercado de álcool teve reflexos em projetos que constam do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Um dos projetos importantes para o escoamento da produção para o mercado externo, um duto ligando Goiânia (GO) ao porto de Paranaguá (PR), não tem mais data para conclusão e agora é considerado "preocupante" (selo vermelho).

Até setembro do ano passado, a obra tinha um selo verde, que caracteriza os projetos que estão andando em ritmo adequado. Na ocasião, a expectativa do governo era que o duto, de 1.412 km, começasse a operar em setembro de 2011. A Petrobras, responsável pela obra, não incluiu o empreendimento em seu plano de negócios. De acordo com o governo, ainda não foi confirmada a viabilidade econômica do negócio.

Outro duto de escoamento de álcool, o que ligará a cidade de Senador Canedo (GO) ao porto de São Sebastião (SP), está atrasado. Em setembro do ano passado, a expectativa era que a obra ficasse pronta em dezembro de 2010. Agora, não há mais uma data precisa. O governo registra apenas que a obra deverá ficar pronta "após 2010". Ainda assim, o projeto foi classificado, no balanço divulgado em janeiro, com o selo verde (andamento adequado). O duto, se concluído, terá 1.171 km de extensão. A obra, a cargo da Petrobras, está orçada em R$ 2,42 bilhões.

A Petrobras informou que não desistiu do duto ligando Goiânia a Paranaguá. Segundo a empresa, o projeto está em fase de avaliação e só entrará no plano de negócios se tiver sua viabilidade econômica confirmada. A empresa informou ainda que seus projetos envolvendo álcool seguem normalmente dentro do cronograma previsto para cada um.

As exportações de álcool caíram 14% -de 3,6 bilhões de litros em 2006 para 3,2 bilhões de litros em 2007. Estudo do BNDES admite possibilidade de excedente de produção de 10% até 2010, a depender da evolução do preço da gasolina. A partir de 2010, segundo o banco, deverá haver um longo ciclo de crescimento sustentado, principalmente, pelo mercado interno.

No balanço do ano de 2007, a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) registrou que o setor sucroalcooleiro teve queda no valor do preço de exportação tanto do açúcar quanto do álcool. O motivo foi o aumento da oferta do produto no mercado. Em 2006, segundo a CNA, o valor da tonelada de açúcar foi negociado a US$ 327 e o do álcool, a US$ 587. No ano passado, os preços caíram para US$ 263 e US$ 523, respectivamente.





Fonte: Folha de S.Paulo

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