Repórter News - reporternews.com.br
Polícia Brasil
Sábado - 23 de Fevereiro de 2008 às 07:08

    Imprimir


A polícia confirmou que pediu a quebra do sigilo bancário do prefeito de São José do Xingu (a 1.200 quilômetros de Cuiabá), Vanderlei Luz Aguiar. Ele foi preso esta semana acusado de chefiar um esquema de desvio de dinheiro e fraude em licitação, que teria causado prejuízo de R$ 2 milhões aos cofres públicos. Ao todo, 14 pessoas foram indiciadas dentro do inquérito. Quatro já estão presas.

Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, a delegada fazendária Maria Alice Amorim afirmou que vai buscar identificar onde foi empregado o dinheiro desviado. Ela revelou que o prefeito recebia uma fatia do dinheiro subtraído do erário público. A delegada também comentou que há uma suspeita de que o prefeito teria pago propina aos vereadores que para que eles votassem a não-cassação dele.

A Operação Xingu, da Polícia Civil e Delegacia Fazendária, também prendeu o irmão dele, Valdomiro Lima Luz ( ex-presidente da Câmara de Vereadores, exercício 2005/2006), o primo José Renato Olímpio da Luz (responsável pelo Departamento Administrativo da prefeitura) e o o diretor de Planejamento do município, Emerson Rossi.

Esquema

Um auditória realizada pela Delegacia Fazendária motivou a prisão dos servidores. A quadrilha fraudava, por exemplo, obras de infra-estrutura como a de contrução de calçadas na cidade e banheiros em comunidades indígenas. Cerca de R$ 2 milhões, entre verbas estadual e federal, teriam sido desviadas na administração do prefeito em fraudes em processos de licitação, lavagem de dinheiro, crimes de responsabilidade dos prefeitos, de falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha.

O delegado Rogério Atílio Mondeli, disse que as investigações iniciaram no ano passado, com o recebimento de várias denúncias da população relatando as irregularidades e os abusos cometidos na administração do prefeito. Em agosto de 2007, a delegacia conseguiu uma autorização da Justiça para realizar uma busca e apreensão na prefeitura e na secretaria de administração, onde fora apreendido vários documentos que comprovam as irregularidades e colhidos mais de 40 depoimentos de pessoas que queriam denunciar a situação do município. “O material apreendido deu início as investigações e consecutivamente, após comprovação dos desvios na prefeitura, levou a prisão do prefeito e mais três envolvidos”, frisou Mondeli.

Segundo o delegado, as denúncias eram de fraudes em licitações para execução de obras e serviços públicos no município, em aldeias indígenas, pagamento de propina, nepotismo, pagamento de diárias em duplicidade, lavagem de dinheiro, entre outros crimes. “Várias aquisições eram fraudadas e a gente verificou que parte do dinheiro público era usado para fins pessoais”, disse.

Compra de votos

As investigações apuraram ainda a compra de votos de parlamentares da Câmara Municipal, para eleger uma vereadora do grupo do prefeito à presidência da casa. “Há evidências da compra de votos de dois vereadores que votariam contra o pedido de cassação do mandato do prefeito e arquivamento do processo”, completou. “Tudo isso ficou comprado dentro dos autos”, finalizou.

A delegada Maria Alice frisou que a Auditoria do Estado detectou dezessete irregularidades na administração do prefeito, as quais foram submetidas à análise dos delegados fazendários. “São vícios de toda ordem, como o fracionamento de despesas para evitar o processo licitatório, combinação na licitação, onde vencia a pessoa indicada pelo prefeito”, salientou. “No que foi apurado pela Auditoria do Estado, o prefeito era o ordenador de despesa e era ele que detinha toda a informação e todo o procedimento”, complementou a delegada.





Fonte: Redação TVCA

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/185905/visualizar/