OAB não descobre cartões corporativos em MT
No embalo do cerco que se fechou contra o governo do presidente Lula por causa de despesas ilegais com cartões corporativos, a Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso, sob Francisco Faiad, fez estardalhaço na semana passada. Anunciou que investigaria todos os Poderes quanto aos serviços do cartão corporativo. Passado a euforia, resolveu fazer consulta, através de ofício endereçado ao governo estadual, à Assembléia Legislativa, à Prefeitura de Cuiabá e à Câmara Municipal. Descobriu-se que ninguém utiliza o tal cartão corporativo.
Agora, só resta a Faiad comunicar ao Conselho Federal que, em Mato Grosso, a ofensiva blefou. O presidente alega que a Ordem abriu uma verdadeira cruzada com a finalidade de “moralizar” os gastos públicos. Por meio de assessoria, argumenta que o pedido de informações aos órgãos teve como finalidade cumprir com uma missão delegada pelo Conselho Federal.
Ao mesmo tempo, segundo ele, a Ordem deu a oportunidade aos órgãos para se manifestarem sobre seus gastos. “A transparência pública é uma luta incessante desta entidade e, com certeza, vamos exercitar esse princípio sempre que necessário”.
A OAB/MT não se atentou, porém, para as diárias, que são a versão pantaneira dos cartões corporativos. Na Assembléia, por exemplo, cada um dos 24 deputados tem direito a R$ 15 mil de verba indenzatória. O reemebolso é feito mediante apresentação das notas de despesas. No governo, cada servidor que viaja usufrui do provilégio de ser bancado pelo Estado e sem fiscalização e controle rigoroso do que se gasta. Para a OAB, investigar cartões corporativos, sim; diárias, não.
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