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Economia
Quinta - 30 de Maio de 2013 às 12:03

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A alta de 0,5 ponto percentual na taxa Selic é ineficiente para combater a inflação e prejudica a recuperação da economia e dos investimentos, afirmou nesta quarta-feira a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A crítica também veio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), das centrais sindicais Contraf-CUT e Força Sindical, e da . Por outro lado, a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad) comemorou a decisão, que deve reacender o consumo interno.


 
Em comunicado, a CNI alegou que a elevação da taxa básica de juros impõe mais dificuldades para a indústria, que já está estagnada, retomar o crescimento. "Como acaba de mostrar o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, a indústria permanece estagnada. Segundo a CNI, neste cenário, o aumento nos juros é ainda mais prejudicial ao setor, justamente o de maior capacidade de recuperação e de contribuição à retomada da economia. Sem uma participação expressiva da indústria, o país cresce pouco", ressaltou.


 
Segundo a CNI, a inflação alta no Brasil decorre de problemas estruturais da economia brasileira, como o elevado custo dos serviços, setor que não sofre concorrência das importações e repassa rapidamente os aumentos de custos para os consumidores. A entidade cobrou medidas complementares, além da política monetária, para lidar com o problema. "Para a CNI, a elevação isolada dos juros não é a melhor forma de enfrentar essa equação, porque prejudica a expansão dos investimentos e dificulta o aumento da oferta", concluiu o comunicado.


 
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, afirmou em nota que o aumento reduzirá ainda mais a capacidade de crescimento do Brasil. "Nossa previsão para este ano era de um crescimento de apenas 2,5%. Após o anúncio do PIB pífio de 0,6% no primeiro trimestre, acreditamos que a expansão da economia brasileira em 2013 será mais próxima de 2%. É preciso quebrar paradigmas, o Brasil precisa de um choque de competitividade, investimento e produção, e não da mesmice do aumento de juros. Não é hora para aumento de taxa de juros."


 
Comércio
A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) disseram que "reprovam" a decisão do BC. "Na avaliação das duas entidades, a atual política de aumento dos juros, sem contenção de gastos públicos está levando o país a patamares baixíssimos de crescimento, como o apresentado pelo PIB na tarde desta quarta-feira", afirmaram.


 
Para o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, o controle da inflação precisa ser feito antes por meio do corte dos gastos públicos e só depois pelo aumento taxa básica de juros. "Neste momento o governo brasileiro deveria fazer um sacrifício político e enxugar as despesas públicas para controlar a inflação. Aumentar os juros é um remédio que deve ser usado somente em último caso, porque reduz o consumo, diminui os investimentos e piora a situação das famílias endividadas", disse.


 
Sindicatos
Os representantes dos trabalhadores do ramo financeiro (Contraf-CUT) condenaram o aumento, que seria resultado de um "terrorismo" que o mercado financeiro exerceria sobre o Banco Central. "O Copom mais uma vez cedeu à chantagem dos rentistas e especuladores do mercado financeiro, os únicos que ganham com essa decisão", disse em nota Carlos Cordeiro, presidente da entidade.


 
A Força Sindical afirmou que o Copom "escolheu mais uma vez o caminho do aperto monetário". "A decisão acende o sinal de alerta para os trabalhadores porque, embora os índices mostrem bom nível de emprego, elevar a taxa Selic contribuirá para a redução de investimentos no setor produtivo, obrigando o governo a pagar mais juros para investidores. A consequência será menos recursos para investir em programas sociais, entre outras", apontou em nota Paulo Pereira da Silva, Paulinho, presidente da Força Sindical.


 
Outro lado
Os representante dos agentes de distribuição de produtos de consumo das famílias esperam que a alta da Selic "não venha a retrair ainda mais a economia, hoje movida pelo consumo interno". "Os dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE trouxeram a boa notícia da expansão do investimento, que cresceu 4,6% no trimestre, e é preciso que esse ânimo de investir não se perca, sob o risco de estagnar o País, afirmou em nota José do Egito Frota Lopes Filho, presidente da Abad.


 
"Nas condições atuais, sabemos que o correto equilíbrio entre controle da inflação e manutenção de um patamar de juros mais civilizado é uma preocupação central dos responsáveis pela política econômica. Contudo, nos parece que a tarefa mais fundamental e urgente para todos os integrantes do governo é transmitir ao mercado a necessária segurança sobre suas decisões - sejam sobre juros, tributos ou marcos regulatórios setoriais -, estabelecendo um ambiente de confiança capaz de atrair e manter os investimentos que irão sustentar o crescimento continuado", completou.




Fonte: Terra

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