Lula diz que pesquisa só vale para ele em dezembro de 2010
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou nesta segunda-feira comentar os resultados da pesquisa CNT/Sensus que lhe atribui o maior índice de popularidade desde dezembro de 2003 --ano em que foi empossado em seu primeiro mandato na Presidência da República.
Após participar de cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente disse que só levará em conta pesquisas de opinião no final de 2010 --após o período de sucessão presidencial. "Pesquisa que vale para mim só em dezembro de 2010", desconversou Lula numa referência ao mês em que deixará o governo.
Segundo a pesquisa, o governo do presidente Lula foi considerado positivo por 52,7% da população. Esse é o segundo melhor resultado dado ao governo Lula desde janeiro de 2003 --quando ele tomou posse do primeiro mandato. Na ocasião, o governo Lula foi considerado positivo por 56,6% dos entrevistados. Na pesquisa anterior, realizada em outubro passado, 46,5% consideraram o governo do petista positivo.
A avaliação pessoal do presidente Lula também subiu de 61,2% para 66,8% de outubro de 2007 para fevereiro de 2008. O diretor do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, disse que a melhora da avaliação positiva do governo e do presidente foi registrada em todas regiões do país.
Apesar da avaliação positiva, a entrevista verificou que 74,9% dos que acompanham as denúncias sobre o mau uso do cartão corporativo do governo acreditam que o episódio prejudica a imagem do presidente Lula.
"O episódio afeta, mas não é determinante para a avaliação positiva do presidente em função do desempenho da economia aliado aos programas sociais do governo", afirmou Guedes.
Se houvesse o terceiro mandato presidencial, Lula também teria vantagem sobre os demais oponentes. Em pesquisa espontânea --quando o entrevistado não recebe nenhuma lista de candidatos--, Lula aparece com 18,6% das intenções de voto, segundo pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje.
Na pesquisa espontânea, há empate técnico entre os tucanos José Serra (5,1%), Aécio Neves (3%) e Geraldo Alckmin (2,1%). A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) também aparece tecnicamente empatado com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) --com 1,2% e 1% das intenções de voto, respectivamente.
A pesquisa espontânea mostra que 57,1% dos entrevistados não indicaram nenhum candidato. Os nomes de candidatos como Heloísa Helena (PSOL), Fernando Collor de Mello (PTB), Patrus Ananias (PT), Dilma Rousseff (PT) e Marta Suplicy (PT) aparecem na pesquisa espontânea com menos de 1% das intenções de voto.
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