Economia solidária gera 1,7 milhão de empregos no Brasil
Cozinha montada: forno, fogão, freezer, utensílios. A salgadeira Francisca Maria da Silva e cinco sócias usam o espaço, mantido por uma ong pelo menos três vezes por semana. Pagam uma taxa de R$ 180,00 para manutenção. Com isso, não precisaram investir muito para montar a sociedade.
Esta foi a oportunidade para Francisca mudar de vida. “Eu, saindo da violência doméstica, com três filhas, sem emprego, 88 pontos no rosto e um olho furado, quem ia me dar emprego?”, questiona.
Cada uma consegue ganhar, em média, R$ 400,00 mês. A salgadeira Maristela Dias é a mais nova sócia do grupo. “Eu tenho três filhos, pago especial, tudo pelas costas do meu marido não dá. Eu preciso de ajudar”, comenta.
Quando pegam trabalhos maiores, como um lanche para 170 pessoas, elas precisam de reforço. São os chamados parceiros. Eles são acionados toda vez que elas recebem uma grande encomenda.
Marcenaria
Da marcenaria vem o sustento de outras cinco famílias. Os associados da cooperativa fabricam móveis, objetos pra decoração e brinquedos pedagógicos. A produção chega a 600 peças por mês.
Eles participam do projeto Economia Solidária, que apoia empreendimentos de pessoas de baixa renda. Ganharam o espaço, o maquinário e não têm gastos com a luz e água, pagando apenas com a matéria-prima e as despesas para a entrega das encomendas. “No final do mês a gente tira os gastos, tira um fundo de caixa e guarda essas economias para ir mantendo”, revela o marcineiro João Rodrigues.
A cooperativa cuida até da venda das mercadorias. A artesã Rizza Maria Santos, além de trabalhar na fabricação vai para a feira de artesanato, uma vez por semana, onde expõe as peças. “Um brinquedo que eu produzo dá para ensinar um milhão de crianças. É muito gratificante”.
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