Timemania chega às lotéricas nesta segunda-feira
Clubes cujos dirigentes desdenhavam da loteria ou questionavam seu formato aderiram. É o caso de Eurico Miranda, do Vasco, que repetidamente afirmara não estar seguro das vantagens da loteria. Ou o do São Paulo, que defendia cotas diferenciadas aos clubes.
Motivo de discussões inclusive dentro do governo --o conceito da loteria havia enfrentado oposição dentro da própria Caixa Econômica Federal--, a Timemania terá um preço relativamente alto: R$ 2 por aposta, contra R$ 1,50 da Mega Sena.
Trata-se de uma indicação na prática de declarações de diretores da CEF que afirmam esperar que o jogo, que viu passar quatro anos desde de sua concepção até chegar às lotéricas, seja um dos mais populares.
Ironicamente, um dos diretores da instituição financeira que nutrem altas expectativas para a Timemania e que hoje estará no lançamento oficial pelo presidente Lula em Brasília é um antigo crítico do jogo.
Alçado à condição de vice de loterias da CEF, o ex-deputado de oposição Moreira Franco, à época da votação da criação da Timemania, defendeu o condicionamento de sua aprovação no Congresso à obrigatoriedade de as agremiações se converterem em clube-empresa, em uma forma de contrapartida.
"Uma coisa não tem a ver com a outra. Aliás, a Timemania é um passo importante para a profissionalização dos clubes, que deixarão de estar inadimplentes para com o governo", argumentou Moreira Franco.
"E se não tivesse sido retirada aquela parte que exigia o clube-empresa o projeto de lei da loteria não teria sido votado."
Além de ter direito a uma porcentagem da arrecadação da loteria por emprestar suas marcas ao jogo, os clubes de futebol terão também o direito de parcelar as suas dívidas fiscais em até 240 meses. À medida que forem saldando as suas dívidas, os clubes passarão a fortalecer seus caixas com o dinheiro gerado pela Timemania.
Participam clubes hoje nas séries A e B do Brasileiro e outras equipes que foram selecionadas por meio de uma combinação de fatores que levavam em conta critérios como número de títulos regionais, participações na Copa do Brasil etc.
Os clubes selecionados mais vezes pelos apostadores como "clube do coração" no volante dividirão 2% do total da cota destinada às 80 equipes cujos nomes aparecem no volante e mais outros 18, os "reservas". Os clubes que voltarem à situação de inadimplência estarão sujeitos a punições, como a interrupção de repasse de verba.
Uma liminar do Sindicato do Futebol garante que os casos sob análise da Justiça não sejam considerados como dívidas de fato até o fim do processo.
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