Acidente com moto gera 53% de indenizações
As indenizações concedidas a vítimas envolvidas em acidentes com motos representaram 53,17% em 2007, segundo a Seguradora Líder dos Consórcios por Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores (DPVAT). Conforme a empresa, o número de indenizações refletiu diretamente no aumento no valor DPVAT para motos, que este ano teve reajuste de 38,5% em relação a 2007. O Sindicato dos Trabalhadores Motociclistas de São Paulo (Sindmoto) contesta o argumento e diz que o seguro é só fonte de lucro.
Responsável desde janeiro pelo pagamento das indenizações, a Seguradora Líder DPVAT afirma que o aumento segue um estudo da Superintendência de Seguros Privados (Susep), que aponta uma proporção significativa maior nas indenizações pagas para vítimas de acidentes com motos envolvidas.
"Em 2007, foram cerca de 252 mil indenizações pagas, sendo que 134 mil foram para acidentes com motocicletas", afirma o diretor-presidente da Líder, Ricardo Xavier.
A indenização do seguro obrigatório é de R$ 13,5 mil para casos de morte e de invalidez permanente e de R$ 2,7 mil para assistência médica.
"O aumento do imposto só reflete o que acontece nas ruas. Caso diminua ou se estabilize o número de acidentes com veículos deste tipo, a taxa pode cair", afirma ele. O DPVAT para motos e veículos de passeio segue no mesmo valor de 2007: R$ 84,55.
Principal afetada pelo reajuste no seguro, que considera "um imposto como outro qualquer", a categoria dos motoboys contesta o motivo do reajuste. Para o presidente do Sindmotos, Aldemir Martins, o reajuste do DPVAT é arbitrário e se baseia em metodologia contestável.
"Cresceu muito o número de motos nos últimos anos, como não aumentaria o número de acidentes? Se aumenta o número de motos nas ruas e a quantidade de quem paga, não tem por que reajustar", afirmou Martins.
O presidente do Sindmotos ainda sugere que o reajuste não pode estar vinculado às indenizações porque o prêmio pago, segundo ele, não foi reajustado. "Para aumentar o prêmio tem que passar por votação no Congresso, para aumentar o preço, não", disse.
Martins concluiu dizendo que o seguro é fonte de lucro para diversos setores que lucrariam com ele. "Ganham as seguradoras, ganha o governo, só o motociclista é que sai perdendo", disse.
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