Governo quer aumentar preço dos cigarros
Fumar é um vício que prejudica até quem passa por perto. Trinta por cento dos adultos brasileiros não abrem mão do cigarro, mas os espaços para os fumantes têm diminuído.
E se depender do Governo Federal esses espaços chamados de “fumódromos” devem diminuir ainda mais, pois o governo federal quer aumentar o preço do produto e acabar com esses espaços em todo o país. Em São Paulo, por exemplo, a prefeitura acaba de proibir o uso de charutos em bares e restaurantes. Fumar charutos, cachimbos e cigarrilhas só é permitido se o prédio tiver um espaço reservado para isso – um cercadinho separado até das áreas de fumantes de cigarros. Quem descumprir a lei vai pagar R$ 800.
No Brasil, faz 12 anos que uma lei federal proibiu o uso de todos os tipos de fumo em locais coletivos públicos e privados, a não ser em áreas isoladas para os fumantes – chamadas de “fumódromos”. Mas a lei não pegou em todos os estados.
Agora, o governo pretende acabar com os espaços dos fumantes em todos os ambientes fechados. Um projeto de lei que trata do assunto está sendo finalizado pela Casa Civil, e provoca polêmica nas ruas.
O médico pneumologista Carlos Alberto Viegas diz que o fim dos fumódromos é essencial para que o número de fumantes continue caindo. “Quando está usando o fumódromo, a pessoa não fica isolada e tem a dispersão de toda a fumaça que ela exala”, explica.
Outra medida em estudo é o aumento de preço. Segundo o governo, só cinco países vendem cigarros mais baratos do que o Brasil.
Em todo o mundo, especialistas dizem que o preço é um fator decisivo na redução do número de fumantes. “Há uma recomendação da Organização Mundial de Saúde no sentido de se aumentar os preços do cigarro. Os países que fizeram isso conseguiram uma redução no número de fumantes”, afirma Luiz Antonio Santini, diretor-geral do Inca.
Conter o fumo é uma tendência mundial. A Irlanda foi o primeiro país a ter uma lei que deixou livres do cigarro todos os espaços fechados; de 2004 para cá, muitas nações seguiram o mesmo caminho. Há pouco mais de um mês, os esfumaçados cafés de Paris passaram a fazer parte do passado.
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