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Economia
Quinta - 14 de Fevereiro de 2008 às 17:22

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O embargo da União Européia à exportação da carne brasileira --e da Rússia à produção do Mato Grosso não impediu as altas de preços do boi gordo e da carne com osso negociada na Grande São Paulo. Segundo pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Universidade de São Paulo, os produtos têm registrado significativos reajustes neste mês, motivados pela baixa oferta de animais para abate.

Entre 1º e 13 de fevereiro, o boi gordo negociado a prazo no Estado de São Paulo subiu 1,42%, cotado a R$ 75,54 a arroba na última quarta-feira (13). No mercado atacadista da Grande São Paulo, o traseiro subiu 3% no período, para R$ 5,63 o quilo, segundo levantamentos do Cepea.

Para o dianteiro, a valorização foi de 9,5%, com o quilo a R$ 3,70. A ponta de agulha apresentou alta de 7,8%, a R$ 3,16/kg. A carcaça casada do boi foi cotada a R$ 4,55 o quilo, em elevação de 5,32% no período.

"Com abates reduzidos, a oferta de carne no mercado atacadista diminuiu, o que impulsionou as cotações do produto com osso. Muitos operadores apostavam em baixas, baseados na possibilidade de aumento da oferta ocasionado pelo redirecionamento da carne que não seria mais enviada à UE", informou o Cepea.

A falta de animais para abate e o volume reduzido de carne ofertado no atacado da Grande São Paulo, no entanto, elevaram a média do preço do produto de janeiro (R$ 4,46/kg) em 0,5% em relação à de dezembro, "mês em que o consumo em geral se aquece com o recebimento do 13º salário", segundo o Cepea.

A pesquisa do Cepea aponta que os frigoríficos das regiões pesquisadas pagaram mais, nesta semana, pelo boi que deve ser abatido nos próximos dias. Com escalas de abate extremamente curtas, unidades de abate, independente do tamanho estiveram mais ativas nos últimos dias.

Europa

Segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) do Ministério do Desenvolvimento, em 2007, a União Européia respondeu por 31,18% da receita obtida pelos brasileiros com vendas de carne bovina. Em volume, o bloco recebeu 15,18% do total embarcado no ano.

"A produção de boi na Irlanda, um dos principais produtores de animais de corte do bloco, não é suficiente para atender a demanda européia, o que faz com que, em pouco tempo, a Comunidade volte a precisar da carne brasileira. Além disso, recentemente foi noticiado um caso de vaca louca no rebanho irlandês", informou o Cepea.

Segundo o centro de estudos da USP, o custo de produção de 100 kg de carne no Brasil está entre US$ 180 e US$ 200, enquanto na Irlanda, em torno de US$ 400. O custo operacional de processamento no Brasil está por volta de US$ 180 por animal, na Holanda, por cerca de US$ 550 e, na França, por US$ 400.





Fonte: Folha Online

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