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Polícia Brasil
Quinta - 14 de Fevereiro de 2008 às 07:36
Por: Tauana Schimidt

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Um falso médico causou lesões em um paciente após realizar uma cirurgia de apêndice na vítima, que foi atendida pela saúde pública do município de Tabaporã (643 quilômetros de Cuiabá), no dia 13 de janeiro. O suposto profissional, de aproximadamente 35 anos, apresentou documentos falsos e agora está sendo procurado pela polícia e poderá responder por lesão corporal dolosa, exercício ilegal da profissão e falsidade ideológica.

A denúncia do caso foi feita pela secretária municipal de Saúde do município, Célia Soffa, que desconfiou do caso logo após a data da cirurgia. De acordo com a delegada regional em Sinop, Fátima Moggi, que instaurou inquérito para investigar o caso, o falsário usou nome, número do registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) e currículo de um médico que de fato tem formação e atua na região Sul do país. “O homem viu na internet que a prefeitura de Tabaporã estava contratando um médico. Então, ele pegou o currículo de um médico verdadeiro, inseriu mais algumas informações nesse currículo, usou nome e qualificação do profissional e se apresentou como sendo este médico”.

Conforme o inquérito, o falsário chegou à cidade no dia 12 de janeiro, um sábado, e se hospedou em um hotel. No domingo, dia 13, ele foi ao hospital e o atendimento que fez foi uma emergência. A vítima já havia passado por consultas com outros médicos, os quais constataram a apendicite e a necessidade da cirurgia. Como os demais médicos não eram cirurgiões e o falsário se apresentou como tal, ele próprio se ofereceu para realizar o procedimento. O paciente fora liberado na segunda-feira, dia 14. Após isso, o acusado fez outros atendimentos, porém apenas consultas médicas. Na terça-feira, o paciente operado começou a apresentar complicações e febre alta e foi encaminhado para São Paulo, para ser tratado pelo pai, que é médico.

Enquanto isso, na quinta-feira, o médico falso recebeu uma ligação no hospital, com a qual explicou aos colegas ser o aviso do falecimento de sua mãe. Então, no mesmo dia ele saiu da cidade dizendo que iria até Goiânia para o sepultamento. Na semana seguinte, como ele não apareceu no hospital e pelo quadro de complicação do paciente que havia sido operado, a secretária de saúde desconfiou e tentou entrar em contato com o CRM, pelos documentos que ele havia apresentado. Somente em fevereiro conseguiu confirmar que ele usou os documentos do médico A. B. A. L. e que havia fugido.

Conforme a delegada Fátima, o único documento que ele havia apresentado era um cartão de Cadastro de Pessoa Física (CPF) que, de fato, tinha o nome do médico verdadeiro. “No dia 28 de janeiro, ele conseguiu fazer um novo CPF, um documento fornecido pelo Ministério da Fazenda, era verdadeiro, mas tinha o nome falso. Ele apenas modificou uma letra de um dos nomes do médico verdadeiro e conseguiu o documento como se fosse dele, ou seja, tem o mesmo nome, mas com escritas diferentes. O restante dos documentos, como carteira de identidade e diploma, ele ficou enrolando a secretaria e não apresentou”.

Agora a Polícia Civil de Sinop está investigando o caso em parceria com a polícia de Goiânia. Diversas testemunhas já foram ouvidas e uma carta precatória já foi enviada para Goiás para que as investigações sejam feitas.





Fonte: Diário de Cuiabá

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