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Economia
Quarta - 13 de Fevereiro de 2008 às 17:13

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O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, ratificou hoje que seu país garante o fornecimento do gás que exporta atualmente à Argentina e ao Brasil, mas insistiu no risco de possíveis aumentos da demanda até o inverno.

"Temos pela frente tempos críticos, que são junho, julho e agosto, e é importante que os três países unifiquem critérios e necessidades de uma política energética regional que satisfaça a todos", disse em entrevista em Brasília, onde hoje iniciou uma visita oficial ao maior cliente do gás boliviano.

O Brasil consome cerca de 30 milhões de metros cúbicos de gás boliviano por dia, enquanto a Argentina tem assinados contratos de provisão por 7,7 milhões diários, que caíram para cerca de 3 milhões nas primeiras semanas deste ano.

A atual produção de gás boliviano se situa em torno de 40 milhões de metros cúbicos por dia e prevê-se que aumentará este ano cerca de 42 milhões, mas especialistas do setor calculam que a demanda externa e interna pode chegar a cerca de 46 milhões.

García Linera admitiu que existe uma "defasagem" entre o aumento do consumo e os novos investimentos na indústria boliviana, que sofreram o impacto da nacionalização decretada pelo governo de Evo Morales em maio de 2006.

"A Bolívia tem uma boa quantidade de reservas, foi e continuará sendo um parceiro confiável, mas as novas necessidades cresceram a uma velocidade maior que os investimentos capazes de satisfazê-las", indicou.

Nesse sentido, reiterou que Morales deverá se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a chefe de Estado da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, até o fim do mês, pois "é necessário diálogo para conseguir neutralizar essa defasagem entre novas necessidades e novos investimentos".

No entanto, afirmou que "os volumes tradicionais que a Bolívia forneceu ao Brasil e à Argentina estão garantidos" e sustentou que as negociações devem girar em torno dos "novos volumes" da demanda, que no próximo inverno pode começar a crescer.

"O que está em diálogo são as demandas crescentes, sobretudo da Argentina", esclareceu, pois as necessidades brasileiras se mantêm em torno dos "27 ou 29 milhões tradicionais".

García Linera, que chegou ao Brasil junto com o ministro de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, permanecerá no país até amanhã, quando se reunirá com diretores da Petrobras, que tem planos de novos investimentos na Bolívia por cifras que poderiam chegar a US$ 1 bilhão.

Durante sua estadia no Brasil também se reunirá com Lula, com quem explicou que, possivelmente, começará a definir a data da reunião com Morales e Cristina Fernández de Kirchner.





Fonte: EFE

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